Por Nilson Borges Filho (*)
Semana passada, precisei me deslocar a determinado bairro em Belo Horizonte em busca de uma livraria, cujo local é de difícil acesso pelo volume de carros que circulam pelo local e pela falta de vagas, mesmo em estacionamentos pagos. Deixei o carro na garagem de casa e optei pelo taxi. Como costumo fazer em todos os lugares públicos que frequento, lancei a pergunta – indiscreta, por sinal – ao motorista: quem será seu candidato ao governo de Minas? “O tal de Anastasia, que o Aécio mandou a gente votar”, respondeu o taxista.
Um dos temas mais debatidos nessas eleições refere-se à transferência de votos de políticos, com alta popularidade junto ao eleitor, para o seu escolhido. Por mais que se esforcem, os analistas ainda não conseguiram entender a cabeça do eleitor, quando se trata de estabelecer os limites e as circunstâncias em que essas transferências se dão. Lula já provou que boa parte dos 80% de aceitação do eleitorado à sua forma de governar estão sendo transferidos para a candidata Dilma Rousseff.
Com uma história política, no mínimo polêmica, e com uma fama de gestora, no mínimo duvidosa, Dilma surgiu do nada e foi alçada à candidata a presidente do Brasil, por pura vaidade de seu mentor. Aqueles que tiveram o cuidado de acompanhar as entrevistas da petista, não podem negar o total despreparo intelectual da candidata e a dificuldade crônica em lidar com a gramática.
Mas a escolhida de Lula, repaginada por cabelereiros, maquiadores, fono-audiólogos e construída por marqueteiros especialistas em vender sabonetes, transformaram a arrogante na miss simpatia dos pampas. Ou seria das Alterosas? Nem ela sabe. Na garupa da popularidade de Lula, contando com a ajuda de dossiês fajutos, capitães-do-mato a serviço da vigarice política e de estupradores de sigilo fiscal, Dilma está a um passo de se tornar a próxima presidente do Brasil.
Mas não é bem assim, quando Lula se defronta com um adversário do porte de Aécio Neves, que mantem em Minas a mesma popularidade que Lula conseguiu em nível nacional. Mesmo com uma coligação formada pelo consórcio PMDB/PT, Lula não consegue transferir voto nenhum para as candidaturas de Hélio Costa e Patrus Ananias para o governo e Fernando Pimentel para o Senado.
Em outra direção, Aécio não só se elegerá com uma montanha de votos, como levará para a segunda vaga do Senado o ex-presidente Itamar Franco. E os 70% de intenções de votos que os eleitores mineiros lhe concedem, estão sendo transferidos para o atual governador Antônio Anastasia, que já ultrapassou Hélio Costa, na última pesquisa Ibope.
E tem mais: Anastasia tem tudo para levar o governo já no primeiro turno, pois a cada pesquisa percebe-se o processo de desidatração da candidatura adversária. Lula transfere votos sim, mas quando tem que enfrentar um adversário com um alto índice de popularidade – como Aécio Neves – não há discurso boquirroto que convença o povo.
Nilson Borges Filho é Doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog
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domingo, agosto 29, 2010
ARTIGO: Virada à mineira
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Postado por
Aluizio Amorim
às
8/29/2010 09:31:00 PM
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5 comentários:
Jugman diz que Lula prega a eliminação física de seus adversários
Peraí... O Ministério Público vai se manifestar e intervir nessa barbárie ou já estamos em regime de exceção?!!
Well, agora se comemora ponto-a-ponto, mesmo que a vantagem levada, não seja tão larga quanto se deseja. Porém, o que está porvir é de arrepiá, mas se o próximo tiver responsabilidade, pois o que Lula deixa para o herdeiro, é destruição passada por Construção.
Maus gestores públicos causam buraco bilionário. Soma de condenações e aplicações de multa alcança 3,5 bilhões de reais.
O próximo presidente da República já sabe que herdará um problema que a administração pública federal não consegue eliminar. A cada ano, só aumenta a quantidade de irregularidades envolvendo o mau uso de recursos federais por gestores públicos - na maior parte dos casos, prefeitos, secretários municipais ou diretores de autarquias regionais.
Um levantamento feito pelo Grupo Estado com dados do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que essa espécie de "custo gestor nacional" se transformou num buraco bilionário. Desde 2005, a soma das condenações e aplicações de multas feitas pelo TCU a esses maus gestores já alcança cerca de 3,5 bilhões de reais. Mesmo corrigindo os valores, não existe a certeza de recuperação desses recursos, uma vez que os acusados recorrem constantemente de suas condenações, alongando ao máximo a definição de seus processos.
Apenas no primeiro trimestre de 2010, as punições pelo mau uso de recursos julgadas pelo TCU já somavam 157 milhões de reais. Mas a tendência é que o número ultrapasse a marca do ano passado, de 1,2 bilhão de reais. Desde 2005, o TCU abriu 6.744 processos e pediu punições para 10.287 responsáveis pela gestão de verbas federais que apresentaram problemas.
"É importante conversar com o próximo presidente e mostrar a necessidade de formar uma rede de informações entre todos os órgãos com função de controle e fiscalização", afirma o presidente do TCU, Ubiratan Aguiar.
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, também defende mudanças na legislação para conseguir a punição eficiente de maus gestores que tenham comprovadamente agido com dolo. Na sua avaliação, a cobrança judicial da verba desviada atualmente "leva uma vida" para ser feita, justamente pela quantidade de recursos previstos em lei, e essa protelação garante a impunidade dos corruptos. "Ou se muda a lei, ou não tem solução."
Dirceu vs. Palocci: ganha força a briga pelo poder fora da Urna de Uranio.
Os dois 'generais' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reeditam a queda de braço que travaram no primeiro mandato do PT para definir a fisionomia do governo
A 35 dias da eleição, os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci disputam os rumos de eventual novo governo comandado pelo partido, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Depois de emitir sinais contrários à possível indicação de Palocci para a Casa Civil, Dirceu luta agora para impedir que ele volte a ditar os caminhos da economia, a partir de 2011.
Os dois "generais" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reeditam a queda de braço que travaram no primeiro mandato do PT para definir a fisionomia do governo. Abatido pelo escândalo do mensalão, no ano de 2005, e cassado pela Câmara, Dirceu vislumbra perda de influência se Palocci - ex-ministro da Fazenda - assumir a Casa Civil sob Dilma.
A preocupação não é à toa: cabe ao ministro da Casa Civil coordenar a equipe, o que lhe dá muito poder e pode torná-lo candidato natural ao Planalto. Foi o que ocorreu com a própria Dilma, puxada para o cargo após a queda de Dirceu. Nove meses depois, em março de 2006, Palocci também caiu, no rastro da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Embora se movimente nos bastidores para evitar que o antigo colega vire uma espécie de "primeiro-ministro" de Dilma, Dirceu sabe que pode perder a aposta. Motivo: Palocci é um dos principais coordenadores da campanha e, além de tudo, tem Lula como padrinho. O plano do presidente é reabilitar o ex-titular da Fazenda na cena política.
Se Palocci for para a Casa Civil, o grupo de Dirceu - que quer empurrar o deputado para o Ministério da Saúde - espera uma "compensação". Sob o argumento de que "o governo Dilma não pode ter a cara do ajuste fiscal de Palocci", aliados do ex-chefe da Casa Civil defendem, agora, a permanência de Guido Mantega (PT) na Fazenda em dobradinha com "alguém de esquerda" no Planejamento.
E AQUI, O POPULAR AÉCIO, NÃO PODERIA DAR UMA MÃO PARA O SERRA?
Pena que Aécio Neves não esteja usando a mesma força que tem em MG para conseguir votos para Serra. Não é preciso muito, basta associar Anastasia a Serra. Comportamento de traíra, o mesmo tipo de comportamento de Tarso Jeressati, candidato a senador no Ceará e do próprio presidente do PSDB, Sérgio Guerra em sua campanha em Pernambuco. Lá, Jarbas Vasconcelos, aliado de Serra, está a ponto de estourar com Guerra, que recebe em seu comitê os candidatos a deputado que apoiam Eduardo Campos,o atual governador candidato à reeleição francamente favorito. Os prefeitos do PSDB e DEM, em sua maioria demonstram preferência por Dilma e Eduardo Campos. É traição generalizada, pelo visto. O pior é ver que o presidente do PSDB não tem o compromisso com a campanha de Serra e Jarbas Vasconcelos ( é do PMDB mas apoia Serra e faz oposição a Lula desde sempre) que deveria ter.
O Brasil é o meu país e com Serra pode mais.
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