Transcrevo na íntegra artigo do líder do Democratas na Câmara Federal, o deputado catarinense Paulo Bornhausen, que está publicado na Folha de São Paulo desta terça-feira. O título original do artigo é Oposição fortalecida. Bornhausen analisa o atual quadro político e a responsabilidade dos partidos oposicionistas. Observa que na última eleição eleição o eleitorado concedeu à oposição 44 milhões de votos e o governo dos principais Estados brasileiros.
Um dos itens mais importantes -e pouco mencionado- da herança recebida pela presidente Dilma Rousseff é a oposição, que saiu mais forte das urnas de outubro de 2010. Vou logo aos fatos, porque na própria oposição ainda há quem pense o contrário e, por isso mesmo, pode estar assumindo posições autofágicas, equivocadas.
Um parêntese sobre essa herança: desde a tragédia climática que atingiu Santa Catarina, em 2008, que venho, junto com parlamentares de diversos partidos, lutando por legislação que reforce a Defesa Civil. O que está acontecendo no Rio de Janeiro poderia, sim, ser evitado. Não foi, virou herança e, se o país não reagir, vai ser herança para o próximo governo, em 2014.
Quem acompanha a movimentação em torno da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados deve fazer as mesmas contas que PMDB e PT fizeram para buscar nos votos do PSDB e dos Democratas a garantia para o cumprimento do princípio da proporcionalidade para a composição da Mesa.
Matematicamente aptos a assumirem a presidência da Casa, por que PT e PMDB precisariam se juntar à oposição? Porque a oposição tem votos para decidir qualquer votação importante, é simples.
A oposição vai continuar sendo a pedra no caminho. Até porque essa é a sua função, sinalizar a existência de outros caminhos. Ou a pedra no sapato, mostrando que o sapato novo, agora de salto alto, não cabe no pé de quem o está calçando.
É fundamental que a oposição tenha consciência de sua força. Para isso, deve lembrar que o embate político não deve se dar apenas no Parlamento -esse talvez o nosso grande erro nos últimos oito anos.
O processo político de alternância no poder não é imediatista; é processo, algo a ser construído.
A oposição deu passos largos nas últimas eleições: Democratas e PSDB assumiram dez importantes governos estaduais. Isso significa a possibilidade de avanço no plano municipal, em 2012, que projeta uma nova posição federativa em 2014, em busca do objetivo maior, que é o poder central.
Com Rosalba Ciarlini no Rio Grande do Norte e Raimundo Colombo em Santa Catarina, os Democratas chegarão em 2014 com um projeto de gestão que nos credenciará para a disputa da Presidência da República. Isso está sendo possível graças a planejamento definido na fundação do partido, em 2007.
Lá foram traçados princípios e linhas de nossa atuação. Na Câmara, por exemplo, a rotatividade anual da liderança da bancada fez do Democratas um partido sem estrelas, em que todos têm a mesma possibilidade de se destacar.
No campo oposto, temos um país que esgotou sua capacidade de seguir crescendo por inércia. Um país em que a falta de investimentos nos últimos oito anos leva inevitavelmente a um retrocesso no quadro econômico-financeiro.
Um país que voltará a sentir as agruras do arrocho fiscal, consequência da desastrada política de gastos públicos; da administração voltada para a construção de um mito, e não de uma nação.
Para honrar os mais de 44 milhões de votos recebidos em 2010, a oposição precisa seguir a receita que deu certo, seguir a fórmula de suas vitórias: ganharam aqueles que se apoiaram em um projeto de grupo; perderam os individualistas, tanto na oposição como nas hostes governistas.
A oposição unida saiu, sim, fortalecida das urnas de 2010. E não tem o direito de queimar essa força na fogueira das vaidades.
Um parêntese sobre essa herança: desde a tragédia climática que atingiu Santa Catarina, em 2008, que venho, junto com parlamentares de diversos partidos, lutando por legislação que reforce a Defesa Civil. O que está acontecendo no Rio de Janeiro poderia, sim, ser evitado. Não foi, virou herança e, se o país não reagir, vai ser herança para o próximo governo, em 2014.
Quem acompanha a movimentação em torno da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados deve fazer as mesmas contas que PMDB e PT fizeram para buscar nos votos do PSDB e dos Democratas a garantia para o cumprimento do princípio da proporcionalidade para a composição da Mesa.
Matematicamente aptos a assumirem a presidência da Casa, por que PT e PMDB precisariam se juntar à oposição? Porque a oposição tem votos para decidir qualquer votação importante, é simples.
A oposição vai continuar sendo a pedra no caminho. Até porque essa é a sua função, sinalizar a existência de outros caminhos. Ou a pedra no sapato, mostrando que o sapato novo, agora de salto alto, não cabe no pé de quem o está calçando.
É fundamental que a oposição tenha consciência de sua força. Para isso, deve lembrar que o embate político não deve se dar apenas no Parlamento -esse talvez o nosso grande erro nos últimos oito anos.
O processo político de alternância no poder não é imediatista; é processo, algo a ser construído.
A oposição deu passos largos nas últimas eleições: Democratas e PSDB assumiram dez importantes governos estaduais. Isso significa a possibilidade de avanço no plano municipal, em 2012, que projeta uma nova posição federativa em 2014, em busca do objetivo maior, que é o poder central.
Com Rosalba Ciarlini no Rio Grande do Norte e Raimundo Colombo em Santa Catarina, os Democratas chegarão em 2014 com um projeto de gestão que nos credenciará para a disputa da Presidência da República. Isso está sendo possível graças a planejamento definido na fundação do partido, em 2007.
Lá foram traçados princípios e linhas de nossa atuação. Na Câmara, por exemplo, a rotatividade anual da liderança da bancada fez do Democratas um partido sem estrelas, em que todos têm a mesma possibilidade de se destacar.
No campo oposto, temos um país que esgotou sua capacidade de seguir crescendo por inércia. Um país em que a falta de investimentos nos últimos oito anos leva inevitavelmente a um retrocesso no quadro econômico-financeiro.
Um país que voltará a sentir as agruras do arrocho fiscal, consequência da desastrada política de gastos públicos; da administração voltada para a construção de um mito, e não de uma nação.
Para honrar os mais de 44 milhões de votos recebidos em 2010, a oposição precisa seguir a receita que deu certo, seguir a fórmula de suas vitórias: ganharam aqueles que se apoiaram em um projeto de grupo; perderam os individualistas, tanto na oposição como nas hostes governistas.
A oposição unida saiu, sim, fortalecida das urnas de 2010. E não tem o direito de queimar essa força na fogueira das vaidades.
3 comentários:
se ele tem essa visão de Brasil, porque largou a Câmara e veio para uma secretaria estadual? Jamais verá a cor do meu voto novamente...
Boa Bonrhausen!
Tomara que a oposição se aprume...e que a candidata do DEM seja a Katia Abreu...tomara!
Marcia
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