A coluna do Nelson Motta no Estadão, que transcrevo após este prólogo, versa sobre o documentário em curta metragem dirigido por Glauber Rocha em 1966, que está no vídeo acima. Estrelando José Sarney, que assume em 1966 o governo do Maranhão. Incrível! Parece ficção, mas é Sarney em carne osso, jovem, 35 anos de idade, bem vestido, o indefectível bigode, discursando num palanque em praça pública, enquanto a câmera dirigida por Glauber eviscera o Maranhão.
O resultado é um chocante contraponto à oratória de Sarney. Isto faz 46 anos! O que é lamentável é que o Brasil continua exatamente o mesmo de há quase meio século. E o que é pior: a sua população à época creio que andava ao redor de pouco mais de 60 milhões de habitantes. Hoje são quase 200 milhões de brasileiros sendo que boa parte habita favelas como a da Rocinha, no Rio de Janeiro, cuja população é maior do que a de Florianópolis, a capital do Estado de Santa Catarina.
Sarney continua hoje com o mesmo bigode, o mesmo jaquetão risca de giz, repetindo a mesma demagogia barata e presidindo o Senado da República. A única novidade é que Sarney é um dos fiadores da permanência do PT de Lula, Dilma, Zé Dirceu e seus sequazes no poder.
O Estado-babá montado pelo PT e o bolsa família se encarregam de atualizar o curta de Glauber e ser ao mesmo tempo o formol que conserva o velho coronel maranhense.
Vejam só! Glauber acreditava que com uma câmera na mão acabaria mudando o cenário do atraso brasileiro. É o paradoxo das conseqüências. Glauber está entre a idiotia esquerdista que levou a estupidez e a arrogância comum dos estúpidos ao poder.
O artigo de Nelson Motta, ao qual me referi no início destas linhas, tem por título 'O Avesso do Avesso'. Leiam que está muito bom. Motta é dos poucos articulistas da grande imprensa brasileira que não se renderam à ditadura do pensamento politicamente correto. E não deixe dever o vídeo! Transcrevo o artigo:
Está bombando no YouTube e provocando acessos de gargalhadas e deboches um filme de sete minutos em preto e branco com o prosaico título Maranhão 66. Aparentemente é um documentário sobre a posse de José Sarney no governo do Estado, feito por encomenda do eleito. Mas é assinado por Glauber Rocha.
Com 35 anos, cabelos e bigode pretos, Sarney discursa para o povo na praça, num estilo de oratória que evoca Odorico Paraguaçu, mas sem humor, à sério, que o faz ainda mais caricato e engraçado. Sobre seu palavrório demagógico, Glauber insere imagens da realidade miserável do Maranhão, cadeias cheias de presos, doentes morrendo em hospitais imundos, mendigos maltrapilhos pelas ruas, crianças esquálidas e famintas, enquanto Sarney fala do potencial do babaçu.
Só alguém muito ingênuo, ou mal-intencionado, poderia imaginar que Glauber Rocha fizesse um filme chapa branca. Em 1964, com 25 anos, ele tinha se consagrado internacionalmente com Deus e o diabo na terra do sol e vivia um momento de grande prestígio, alta criatividade e absoluto domínio da técnica e da narrativa cinematográfica. E odiava a ditadura que Sarney apoiava.
Só alguém muito ingênuo, ou mal-intencionado, poderia imaginar que Glauber Rocha fizesse um filme chapa branca. Em 1964, com 25 anos, ele tinha se consagrado internacionalmente com Deus e o diabo na terra do sol e vivia um momento de grande prestígio, alta criatividade e absoluto domínio da técnica e da narrativa cinematográfica. E odiava a ditadura que Sarney apoiava.
Em Maranhão 66, a narrativa se estrutura na dialética entre as imagens da realidade dramática e a demagogia caricata do jovem político provinciano que está tirando do poder um velho coronel - para se tornar ele mesmo o novo coronel.
O filme dentro do filme é imaginar o susto de Sarney quando o viu. Em vez de filmar uma celebração vitoriosa, Glauber usou e abusou da vaidade e do patrocínio de Sarney para fazer um devastador documentário sobre um arquetípico político brasileiro. E uma pesquisa para Terra em transe, que filmou em seguida e hoje é considerado a sua obra-prima. Sarney foi a base para o líder populista interpretado por José Lewgoy, famoso como vilão de chanchadas.
Glauber dizia que o artista também tem de ser um profeta; mas a sua obrigação é de profetizar, não de que as suas profecias se realizem. O discurso de Sarney e as imagens de Maranhão 66 são os mesmos do Maranhão 2011, num filme trágico, cômico, e, 46 anos depois, profético.
5 comentários:
Alô Aluizio
Terras de Botocudos precisam de "caciques".
abraços
karlos
Glauber Rocha, minha última decepção, já faz tempo, é fato, não fez Maranhão 66 como ironia como, no artigo, acredita o ex-queridíssomo Nélson Motta (mais um tolo na minha vida), mas por dinheiro meu caro. Infelizmente, o cinema eterniza imagens como essas de Sarney, que eu preferiria não ter visto... No meio de tantas bobagens, eu ainda consigo dormir..
É, é assim que anda a carruage.
O Bordeste Norbeste Bordeste Nordeste segue o mesmo, mas Zé Barbey Barney Sarney curou sua Sarna e não é mais o besbo mesmo. O besbo mesmo o Bisbo, lo mismo di siembre que não é mais o mesmo de sembre da sombra, mas lo Bispo Bispado. Lula é o enviado do Bispo a pregá as Bazis Pazis Nazis.
Lula do Bispo com Sarney encarnado, seguio o sego, mas por conseguir enchergar a grandes distáncias, deixou as Circunstantes circusntâncias. Com Sarney enbarnado engarnado, foi o agrado dos enganados.
De "Oberário" Operário da Ópera a obrador de Obras pro Bóbre Póbre que ebobresseu em grande forma, que o Bóbre Póbre passaou a ser Nobre e a Bobreza Pobreza, é a Nobreza que Lula disse combatê, mas os Nobres Nóbregas já foram combatidos há muito, por isso, de Bobres enobrecidos passaram a Pobres empobrecidos, hoje é tudo genérico para não serem identificados.
Lula é que nem o Sarbay do Garanhão Maranhão, que enriquece só falando Abobrinhas e Sarney fala Abobrão e enchem o Babo Sabo Sago Saco Sacro Sarcófago do Fogo Afagado e afogado Afegan Afogano.
O Fin dos finalmente, é mais fázil fácil enganá em Humêz do que esperar Bobe Nove Mezes Menezes a Blábida Glábida Grávida dá a Luz a San Luiz com o Buiz Abuzu Abubibo Abuzivo.
Nélson Motta que já contribuiu com várias canções para a mediocridade de Botoculândia, não me engana, embora passe a imagem de "polit-incor", é mais um "artista" tentando defender "artista" de meia tigela. Eu adoro Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe, etc, nem por isso, vou gostar de Glauber, um comunistinha de quinta categoria, de merda, que mudou mais de opinião do que camaleão faz com sua pele.
Esse zeribamar é o maior canalha desta Republica. Não entendo como esse megalomaníaco, ególatra, ladrão , pilantra e todos os outros
adjetivos consegue sair incólume de todas as acusações!Qual será o seu "puder"?
Catanduvas nelle!!!
Eduardo.45
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