A foz do Itajaí-Açu e ao fundo a cidade portuária de Itajaí |
Uma reportagem da jornalista Ângela Bastos faz uma boa descrição do famoso e ao mesmo tempo famigerado rio Itajaí-Açu. Responsável pelas enchentes que castigam o Alto e o Médio Vale do Itajaí em Santa Catarina forma a maior bacia hidrográfica do Estado e sua foz é caudalosa o bastante para fazer do Porto de Itajaí o maior de Santa Catarina e um dos mais movimentados do Brasil. Sim, a cidade de Itajaí fica exatamente na foz do Itajaí-Açu quando suas águas entram no Oceano Atlântico.
Como tenho reportado aos leitores do blog a ocorrência das enchentes catarinenses creio que a reportagem do DC oferece de forma sucinta uma radiografia desse rio que na verdade foi o caminho de entrada para os colonos alemães e italianos que fizeram do Vale do Itajaí uma das regiões mais desenvolvidas do Brasil. A foto acima é também do DC assinada por Guto Kuerten. Leiam:
A imagem do curso barrento que se derrama pelo Vale é só um dos retratos do Rio Itajaí-Açu. Das entranhas da serra, de onde desce virgem em direção ao mar transfigurado, derrama-se aos pés de uma população de sentimento ambivalente.
O rio que fascina pela beleza amedronta por causa da destruição. Nesta reportagem, o Diário catarinense mostra um pouco deste rio de diferentes faces. A equipe partiu de Rio do Campo, berço de uma das nascentes, e foi até a foz, no encontro com o mar. Ao longo do caminho, histórias de gente que nas margens construiu suas vidas, seguindo o curso das águas.A 700 metros acima do nível do mar irrompe uma das nascentes do Rio Itajaí-Açu. Brota de uma parede rochosa da Serra do Morro Alto, em Rio do Campo. De lá de cima, no Alto Vale, as primeiras gotas surgem cristalinas. Pelo meio do mato vão se desenhando caminhos, em centímetros, até ganhar a forma mais larga, de um ribeirão. De nome Verde.
Por um bom pedaço de chão, a água mantém a transparência, a temperatura gelada, a ausência de cheiros. Pelo menos até encontrar o Rio Azul, já um pouco descaracterizado da inspiradora cor que lhe deram os colonizadores. Antes desses, os índios que viviam na região já se deliciavam com a água do ribeirão. Da junção das águas do Azul com o Verde surge o Rio Itajaí do Oeste.
O Itajaí-Açu não se rende a uma única nascente. Uma outra fonte se esconde nas montanhas altas de Alfredo Wagner. Desce do alto e, quando chega ao solo é batizado de Rio Lageado. Ganha outros nomes no caminho: Rio Santo Anjo e Rio Caeté. No Centro de Alfredo Wagner, o encontro do Caeté com os rios Adaga e Aguas Frias dá origem ao Rio Itajaí do Sul.
O Rio Itajaí do Oeste, que nasce em Rio do Campo, se une ao Rio Itajaí do Sul, de Alfredo Wagner. O encontro se dá em Rio do Sul, onde nasce o Itajaí-Açu. Mais à frente, em Ibirama, o Rio Itajaí do Norte, ou Hercílio, nascido em Papanduva, joga mais água na maior bacia hidrográfica do Estado, com 15 mil quilômetros quadrados. Em serpentina, corredeira abaixo, o Itajaí-Açu passa por 47 municípios, até chegar à foz, em Itajaí. Descaracterizado ao longo do curso, encontra-se com o Oceano Atlântico de uma forma irreconhecível: barrento, malcheiroso, arrastando toneladas de lixo.
Se perde a beleza, guarda a imponência. Deixa a lâmina de água onde pisam os vizinhos moradores de Rio do Campo para alcançar uma profundidade que permite a navegação e a atração de grandes navios no porto mais importante de Santa Catarina. Do portal da RBS/Diário Catarinense
CLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUÍZIO AMORIM NO TWITTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário