O caso de uma menina de 11 anos grávida, cuja mãe pediu à Justiça que fosse permitida a interrupção da gestação por se tratar de fruto de abusos sexuais, mas inesperadamente desistiu da ideia, reacendeu na Argentina a polêmica sobre a legalização do aborto.
Organizações sociais denunciaram nesta sexta-feira que a família da menina, grávida de três meses, pode ter sofrido pressão, já que sua mãe apresentou-se inesperadamente nos tribunais da província argentina de Entre Ríos para desistir do pedido de aborto.
Estela Díaz, representante da Campanha Nacional pelo Aborto Seguro e Gratuito, integrado por várias entidades, indicou à imprensa que "os advogados (das ONG) estão investigando o tema para tomar providências".
A mãe da menina, que mudou de parecer depois de uma audiência com o juiz do caso, Raúl Tomaselli, "foi intimidada, pressionada e manipulada para que retirasse o pedido de interrupção da gravidez", indicou por sua vez um comunicado da Campanha.
A advogada María Benítez, representante legal da família da menor e do hospital da cidade de San Salvador, apresentara no último dia 16 um pedido à Justiça de Entre Ríos para que a menina fosse submetida a um aborto ao argumentar que esta sofreu abuso sexual de um jovem de 17 anos e que existia risco para sua saúde.
O adolescente, que está sendo investigado por abuso sexual, foi convocado a depor pelo juiz José Tournour, mas negou-se a dar declarações, disseram porta-vozes judiciais.
O aborto é proibido por lei na Argentina, salvo em casos de risco para a vida da mãe ou abuso de mulher incapacitada. Neste segundo caso, no entanto, a decisão costuma ser da Justiça.
A polêmica aumentou depois que um relatório do Hospital Masvernat, em Entre Ríos, concluiu que a menor se encontra "em perfeitas condições físicas de enfrentar a gravidez" e que "o feto também está em muito bom estado do ponto de vista clínico".
O relatório, solicitado pelo juiz Tomaselli, foi rejeitado por diversas organizações sociais.
Diferentes projetos para descriminalizar o aborto começaram a ser analisados no Parlamento argentino em 2011, mas as discussões ficaram travadas por falta de apoio. Do site da Folha.com
2 comentários:
Como eles nao querem descutir o aborto, vai ver que foi ordens da Kirchner.
Como se não bastasse, o "providismo" hipócrita entra em ação... Se fosse as próprias filhas destes CELERADOS q defendem uma gravidez de uma menina de ONZE ANOS, fruto de um ABUSO SEXUAL, q irá certamente DESTRUIR a vida dela, aí, quase todos iriam se negar a sacrificar a própria filha no altar da própria coerência de discurso... Mas nas filhas DOS OUTROS, é SEMPRE refresco. Q o aborto seja aprovado sim, para q as mulheres tenham direito de escolha - e meninas tenham suas vidas e integridades físicas preservadas, e tb para calar a boca da CANALHA HIPÓCRITA q assola o pensamento dos tais militantes moralistas de ocasião. Com o aborto proibido, até quem deveria ser coberto pela lei sofre com pressões de pessoas q têm como passatempo favorito, "militar", pressionar, encher o saco e tomar conta da vida alheia, como se da conta delas fosse. É a boa e velha hipocrisia dando as cartas em tal discurso cruel e q nada tem de humano ou de defesa da vida humana, antes sendo, da defesa do moralismo podre q só faz mal e não bem.
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