A Folha de São Paulo desta quarta-feirta publica artigo de George Monbiot, do jornal britânico The Guardian, a respeito do desastre da usina nuclear japonesa e a realidade mundial respeitante à demanda de energia. The Guardian é um jornal que costuma defender teses esquerdistas, ecochatas, verdes, politicamente corretas e coisas do gênero. Todo esquerdismo é completamente idiota, embora nenhum esquerdista supere em idiotia Hugo Chávez ou os próceres do PT.
O articulista em questão conseguiu vejam só! um feito e tanto! Resolveu admitir aquilo que é um fato, desprezando o delírio ecochato. Por isso acabou emplacando chamada na capa na Folha São Paulo. A decisão do editor de chamar em destaque este artigo é a prova mais bem acabada da dominância do pensamento politicamente correto. Acompanhem o meu raciocínio:
Como a notícia é sempre a exceção, por aí se vê o quanto a mídia maltrata a lógica e a verdade dos fatos. Neste caso a normalidade, ou seja, a óbvia necessidade imperiosa de energia elétrica das mais variadas fontes, inclusive a nuclear, foi transformada numa anormalidade pela estupidez do pensamento politicamente correto. O título do artigo não esconde, mesmo assim, uma forma de pedir de licença à patrulha politicamente correta para dizer a verdade: 'Fukushima fez de mim um partidário da energia nuclear'. Transcrevo a íntegra do artigo:
Você não se surpreenderá ao ouvir que os acontecimentos no Japão me fizeram mudar de opinião sobre a energia nuclear. Mas pode se surpreender com a direção da mudança. Como resultado do desastre em Fukushima, abandonei a neutralidade quanto à energia nuclear, e agora apoio seu uso.Uma usina velha e dotada de recursos de segurança insuficientes foi atingida por um monstruoso terremoto.
As redes de energia falharam, derrubando o sistema de refrigeração. Os reatores começaram a explodir.
O desastre expôs um legado conhecido, de projetos deficientes e o uso de gambiarras para reduzir custos. Mas, pelo menos até onde sabemos, ninguém recebeu uma dose letal de radiação.
Não estou propondo que sejamos complacentes. Mas é preciso perspectiva.
Como a maioria dos ecologistas, defendo uma grande expansão no uso de fontes de energia renováveis.
Também simpatizo com as queixas dos oponentes disso. Não são apenas as instalações de energia eólica próximas à costa que incomodam, mas as novas conexões de rede elétrica (fios, postes).
Os impactos e custos das fontes renováveis crescem em proporção ao volume de energia que elas fornecem.
Sempre apelei pelo uso de fontes de energia renovável como substitutas do combustível fóssil.
Deveríamos exigir que elas também substituíssem a atual capacidade de geração nuclear? Quanto mais esperarmos das fontes renováveis de energia, mais difícil será a tarefa de persuadir o público quanto ao seu uso.
Mas a fonte de energia a que a maioria das economias recorreriam caso fechassem suas usinas nucleares não é madeira, água, vento ou luz solar, e sim o combustível fóssil. O carvão é 100 vezes pior que a energia nuclear.
Sim, continuo a desprezar os mentirosos que comandam a indústria da energia nuclear. Sim, eu preferiria que o setor fosse fechado, caso existissem alternativas.
Mas não há solução ideal. Toda tecnologia de energia tem seu custo, e a ausência dessas tecnologias também teria. A energia nuclear foi submetida a um dos mais severos testes possíveis, e o impacto sobre o planeta foi pequeno. A crise em Fukushima fez de mim um defensor da energia nuclear.
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