No dia 17 de junho deste ano postei na íntegra entrevista que o economista Sérgio Besserman concedeu à revista Veja. Besserman foi presidente do IBGE no perído de 1999-2002. As últimas estatísticas sobre favelas datam de sua gestão à frente do IBGE, informa a revista. A entrevista gira em torno de como solucionar esses problema da favelização das grandes cidades brasileiras e particularmente do Rio de Janeiro. Besserman afirma que "A questão precisa ser discutida com rigor lógico, a salvo das influências de ideologias e do romantismo".
Trago de volta ao blog trechos dessa entrevista que seguem após este prólogo com link para leitura completa, porque diz muito sobre o episódio de violência vivido pelo Rio de Janeiro. E o faço ao constatar segundo o que é noticiado pelos jornais da dita grande imprensa e em seus portais da internet sobre a luta da polícia contra o narco-terror que está ocorrendo agora, que não se verifica por parte da maioria dos jornalistas um apoio às forças da ordem e da legalidade. Lendo, por exemplo, a Folha de São Paulo desta sexta-feira tem-se um resumo dessa lamentável constatação.
Já afirmei inúmeras vezes aqui no blog que o Brasil, ao contrário dos países de alto capitalismo, democráticos e civilizados (leia-se Estados Unidos e os países anglo-saxônicos da Europa) as Forças Armadas e as Polícias são sempre desqualificadas, escarnecidas e vilipendiadas. Alguns portais da internet já estão priviligiando fotografias de civis feridos pelos tiroteiros. Não que essas notícias não devam ser veiculadas, entretanto o que causa espécie é a forma como esta realidade é abordada, deixando no ar a idéia de que civis são feridos e mortos por causa da polícia.
Por outro lado, minimiza-se o apoio que grande parte da população dá a ação das forças de segurança. Há neste caso, a deletéria combinação entre o pensamento politicamente correto com o esquerdismo e sua visão tacanha e enviesada que contribui para a destruição da credibilidade da polícia. E o jornalismo, não apenas brasileiro é lamentavelmente dominado por essa estupidez.
Destaco, como disse, trechos da entrevista do ex-presidente do IBGE, Sérgio Besserman, que resumem muito bem porque o Rio de Janeiro chegou a esta lamentavel situação:
A prefeitura e o governo do estado do Rio de Janeiro começaram, na semana passada, a retirar barracos de áreas de risco. Por que nenhum governante fez isso a tempo de evitar tragédias?
Por um misto de incompetência e demagogia. No Rio de Janeiro, a remoção de favelas passou a ser um grande tabu, sustentado por um assistencialismo barato segundo o qual o estado deve prover tudo aos pobres dos morros - ainda que sua permanência ali possa pôr a própria vida em risco e acarretar prejuízos à cidade como um todo. A ideia absurda embutida nesse raciocínio é a de que quem vive em favela é um cidadão especial, que não precisa se submeter nem à Constituição e não tem os mesmos deveres dos outros brasileiros. Sob essa ótica obtusa, remover favelas é visto como uma afronta aos direitos dos mais necessitados. Essa bobagem demagógica tem suas raízes no populismo que há décadas contamina a política fluminense. O inchaço das favelas do Rio é resultado da combinação desses fatores.
Como o populismo contribuiu para a proliferação das favelas?
Historicamente, ele foi a mola propulsora das favelas fluminenses, tendo como seu principal expoente o governador Leonel Brizola, na década de 80, quando se chegou ao auge de proibir a entrada de policiais nas favelas. O resultado foi um surto de ocupações irregulares. Sem polícia, foi dado o sinal verde para o banditismo. Sob o pretexto absurdo de que havia uma dívida social a ser quitada, foram concedidos aos moradores das favelas direitos inacessíveis aos demais brasileiros pobres ou ricos. Enquanto isso, os populistas iam esparramando nos morros seus currais eleitorais, ganhando votos em troca de tijolos, cimento, dentaduras e bicas-d’água. Isso explica a perpetuação dessa classe de políticos em uma sociedade que se pretende moderna. Eles e as favelas estão aí como símbolos do atraso. Quando alguém fala em remoção de barracos, são justamente eles os primeiros a levantar a voz contra. Claro, não querem perder seus currais eleitorais.
A quem mais interessam a perpetuação e o crescimento das favelas no Rio?
Os políticos são apenas os tentáculos mais visíveis de uma enorme rede de ilegalidades que sustenta milhares de pessoas. Prospera no Rio de Janeiro uma indústria da favelização. No braço imobiliário há, de um lado, os grileiros, que invadem terrenos para vender depois, e, do outro, pessoas de fora das favelas que constroem barracos e os alugam. Os bandidos dominam a vida nas favelas. Eles controlam o comércio de botijões de gás e vendem acessos clandestinos às redes de TV a cabo. Os bandidos cobram até uma taxa a título de oferecer proteção aos moradores. É grande, portanto, o grupo dos que lucram com a existência das favelas. Infelizmente, aos poucos a sociedade foi deixando de se espantar com essa aberração urbana, a despeito das atrocidades cometidas a toda hora em plena luz do dia por um estado paralelo.
Por que a aberração foi assimilada?
Isso se deve, em boa medida, a uma visão romântica e evidentemente deturpada sobre as favelas, que começou a ser propagada por parte da esquerda ainda nos anos 70. Essa corrente passou a difundir a ideia de que a convivência entre a cidade formal e o mundo da ilegalidade não apenas era aceitável como deveria ser pacífica. Acabou resultando numa glamourização da bandidagem. Nessa ótica distorcida, criminosos são tratados como líderes populares e toda e qualquer favela ganha apelido de comunidade, ainda que as pessoas vivam ali sob o jugo dos bandidos e à margem da lei. Isso tudo fez do Rio de Janeiro um péssimo exemplo de tolerância e benevolência com o mundo do crime no Brasil. Também não ajudou a combater o surgimento das favelas. Ao contrário: do ponto de vista cultural, só lhes deu legitimidade. CLIQUE AQUI PARA LER A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
CLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUÍZIO AMORIM NO TWITTER
Trago de volta ao blog trechos dessa entrevista que seguem após este prólogo com link para leitura completa, porque diz muito sobre o episódio de violência vivido pelo Rio de Janeiro. E o faço ao constatar segundo o que é noticiado pelos jornais da dita grande imprensa e em seus portais da internet sobre a luta da polícia contra o narco-terror que está ocorrendo agora, que não se verifica por parte da maioria dos jornalistas um apoio às forças da ordem e da legalidade. Lendo, por exemplo, a Folha de São Paulo desta sexta-feira tem-se um resumo dessa lamentável constatação.
Já afirmei inúmeras vezes aqui no blog que o Brasil, ao contrário dos países de alto capitalismo, democráticos e civilizados (leia-se Estados Unidos e os países anglo-saxônicos da Europa) as Forças Armadas e as Polícias são sempre desqualificadas, escarnecidas e vilipendiadas. Alguns portais da internet já estão priviligiando fotografias de civis feridos pelos tiroteiros. Não que essas notícias não devam ser veiculadas, entretanto o que causa espécie é a forma como esta realidade é abordada, deixando no ar a idéia de que civis são feridos e mortos por causa da polícia.
Por outro lado, minimiza-se o apoio que grande parte da população dá a ação das forças de segurança. Há neste caso, a deletéria combinação entre o pensamento politicamente correto com o esquerdismo e sua visão tacanha e enviesada que contribui para a destruição da credibilidade da polícia. E o jornalismo, não apenas brasileiro é lamentavelmente dominado por essa estupidez.
Destaco, como disse, trechos da entrevista do ex-presidente do IBGE, Sérgio Besserman, que resumem muito bem porque o Rio de Janeiro chegou a esta lamentavel situação:
A prefeitura e o governo do estado do Rio de Janeiro começaram, na semana passada, a retirar barracos de áreas de risco. Por que nenhum governante fez isso a tempo de evitar tragédias?
Por um misto de incompetência e demagogia. No Rio de Janeiro, a remoção de favelas passou a ser um grande tabu, sustentado por um assistencialismo barato segundo o qual o estado deve prover tudo aos pobres dos morros - ainda que sua permanência ali possa pôr a própria vida em risco e acarretar prejuízos à cidade como um todo. A ideia absurda embutida nesse raciocínio é a de que quem vive em favela é um cidadão especial, que não precisa se submeter nem à Constituição e não tem os mesmos deveres dos outros brasileiros. Sob essa ótica obtusa, remover favelas é visto como uma afronta aos direitos dos mais necessitados. Essa bobagem demagógica tem suas raízes no populismo que há décadas contamina a política fluminense. O inchaço das favelas do Rio é resultado da combinação desses fatores.
Como o populismo contribuiu para a proliferação das favelas?
Historicamente, ele foi a mola propulsora das favelas fluminenses, tendo como seu principal expoente o governador Leonel Brizola, na década de 80, quando se chegou ao auge de proibir a entrada de policiais nas favelas. O resultado foi um surto de ocupações irregulares. Sem polícia, foi dado o sinal verde para o banditismo. Sob o pretexto absurdo de que havia uma dívida social a ser quitada, foram concedidos aos moradores das favelas direitos inacessíveis aos demais brasileiros pobres ou ricos. Enquanto isso, os populistas iam esparramando nos morros seus currais eleitorais, ganhando votos em troca de tijolos, cimento, dentaduras e bicas-d’água. Isso explica a perpetuação dessa classe de políticos em uma sociedade que se pretende moderna. Eles e as favelas estão aí como símbolos do atraso. Quando alguém fala em remoção de barracos, são justamente eles os primeiros a levantar a voz contra. Claro, não querem perder seus currais eleitorais.
A quem mais interessam a perpetuação e o crescimento das favelas no Rio?
Os políticos são apenas os tentáculos mais visíveis de uma enorme rede de ilegalidades que sustenta milhares de pessoas. Prospera no Rio de Janeiro uma indústria da favelização. No braço imobiliário há, de um lado, os grileiros, que invadem terrenos para vender depois, e, do outro, pessoas de fora das favelas que constroem barracos e os alugam. Os bandidos dominam a vida nas favelas. Eles controlam o comércio de botijões de gás e vendem acessos clandestinos às redes de TV a cabo. Os bandidos cobram até uma taxa a título de oferecer proteção aos moradores. É grande, portanto, o grupo dos que lucram com a existência das favelas. Infelizmente, aos poucos a sociedade foi deixando de se espantar com essa aberração urbana, a despeito das atrocidades cometidas a toda hora em plena luz do dia por um estado paralelo.
Por que a aberração foi assimilada?
Isso se deve, em boa medida, a uma visão romântica e evidentemente deturpada sobre as favelas, que começou a ser propagada por parte da esquerda ainda nos anos 70. Essa corrente passou a difundir a ideia de que a convivência entre a cidade formal e o mundo da ilegalidade não apenas era aceitável como deveria ser pacífica. Acabou resultando numa glamourização da bandidagem. Nessa ótica distorcida, criminosos são tratados como líderes populares e toda e qualquer favela ganha apelido de comunidade, ainda que as pessoas vivam ali sob o jugo dos bandidos e à margem da lei. Isso tudo fez do Rio de Janeiro um péssimo exemplo de tolerância e benevolência com o mundo do crime no Brasil. Também não ajudou a combater o surgimento das favelas. Ao contrário: do ponto de vista cultural, só lhes deu legitimidade. CLIQUE AQUI PARA LER A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
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4 comentários:
É a mais pura verdade.
Existe uma demagogia misturada com hipócresia desenfreada para justificar a presença desse cancer nas cidades brasileiras, chamadas de favelas.
Não será dificil achar que defenda esse pardieiro proliferador de maus costumes e de crimes. Tudo em nome do tal de Direitos Humanos, ou apologia ao crime e seus praticantes em nome de alguns votos nas eleições. Brincadeira isso. Falta de vergonha na cara de quem pratica essa apologia.
Vou deixar uma coisa BEM CLARA: Não sou preconceituoso com a pobreza, SOU REALISTA ! Para diminuir a pobreza, que se dê condições de estudo e desenvolvimento intelectual e os empregos qualificados aparecem, agora colocar no colo, dá licença que tenho coisa melhor pra fazer ... como TRABALHAR !
Parabéns Aluisio ...
Quanto custaria a área da Rocinha sem a favela? Somente o que o governo poderia arrecadar com a venda para as construtoras, já ajudaria bastante na criação de novos bairros com infra-estrutura decente. Estímulo para a instalação de empresas, para geração de emprego no local, etc. Infelizmente é mais cômodo deixar como está.
Sarkozy
...Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinquente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável. Era o slogan de maio de 68 nas paredes de Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'...
...Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma frase: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinquente, inocente....
...Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou o mérito e o esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República. ...
ClippingBlog reproduz, redireciona e endossa o comentário de Amorim e a opinião de Sérgio Besserman na entrevista!
Agora é a hora que se começa a ver os "comuno-capitalistas" descerem de seus cafôfos com ar-condicionado na Barra e no Leblon e virem até o asfalto quente da realidade só para dar uma entrevista arranjada pelos bate-paus dos direitos humanos e pedir o fim da violência...
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