No auge da enchente, em setembro, o prefeito de Rio do Sul, Milton Hobus, lançou um desafio: em 30 dias, as marcas do ocorrido seriam mínimas. Passado este período, o Diário Catarinense voltou à cidade de 61 mil habitantes e constatou que as ruas estão mais limpas e jardineiros plantam flores no Centro em dois bairros para aumentar a autoestima dos moradores. Mas a equipe também percebeu que ainda falta muito entulho, sujeira e barro seco para sair.
Circular pelas ruas de Rio do Sul é arremessar a memória num turbilhão de flashbacks. Em cada esquina, em cada casa, em cada rosto, uma lembrança da enchente que cobriu 85% da cidade, deixou 2 mil pessoas desabrigadas e 10 mil desalojadas. Ali, os helicópteros pousavam. Aqui, os barcos atracavam. Acolá, as pessoas dormiam. É como uma ferida profunda longe de cicatrizar.
Trinta dias depois, a cidade ainda está no verbo limpar, que antecede o reconstruir. As montanhas de entulhos foram retiradas, e a vivacidade das flores começa a substituir a tristeza impregnada no marrom do barro seco. Das cores das pétalas vem a primeira tentativa de devolver a autoestima aos flagelados da chuva.
— As pessoas nos dizem: "A cidade sem flores não é a mesma coisa". Se ajuda na autoestima? Ô, se ajuda! E é por isso que trabalhamos das 7h às 17h e voltamos à noite para regar as flores — explicou o jardineiro Paulo Schmitz.Ele é um dos três incumbidos do plantio das 7,5 mil mudas de begônia, beijinho, amor-perfeito e sálvia — distribuídas pelo Centro e pelos bairros Canoas e Canta Galo.
As ruas não têm mais pilhas de lixo, mas continuam cobertas de poeira, mesmo lavadas todas as noites.
— Parece que brota do chão - definiu o prefeito Milton Hobus.
Falta de pontes gera caos no trânsito
Sem oito pontes, danificadas, o trânsito fica um caos, com filas de cinco quilômetros nos horários de pico. Colchões e sofás ainda estão nas varandas das casas, as marcas da água pintam algumas paredes, parte do comércio segue no improviso, documentos da prefeitura secam ao calor de lâmpadas num porão, aulas ocorrem sob ajustes paliativos nas 17 escolas atingidas, e a saúde atende sem seis postos.
Setembro serviu para a faxina. Outubro será de reconstrução. O ponto de partida foi a última terça-feira, quando o governo do Estado liberou R$ 3,2 milhões para reparos das escolas, áreas de esporte e da estrada geral que liga os bairros Budag, Barragem e Barra do Trombudo.
A Secretaria de Obras programou para este fim de semana o início dos trabalhos de pintura das sinalizações da rua, e para as próximas semanas os primeiros recapeamentos das 10 principais ruas e avenidas do município.
Em setembro, o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 3 milhões para ajuda emergencial aos atingidos. Segundo a prefeitura, R$ 500 mil sobraram e serão devolvidos ao ministério por questões burocráticas, e depois solicitados novamente, como verba para reconstrução. A quantia deve garantir três pontes de concreto em pontos estratégicos. Do portal da RBS/Diário Catarinense
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2 comentários:
Que maravilhoso exmplo dessa população sofrida. Ao contrário dos políticos canalhas, que mereciam pena de morte (no caso do estado adotivo do maior canalha, o Amapá) e dos deputados que gastaram 13 MILHÕES de reais em telefonemas!
Que país é este???
Salve o povo de Rio do Sul!
Parabéns, Rio do Sul pelo recomeço.
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