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sexta-feira, agosto 05, 2011

ARTIGO: Periga ficar pior.

Por Nilson Borgres Filho (*)

Desde  à época da crise instalada com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, não há nada que desmereça o comportamento das Forças Armadas brasileiras perante o poder civil. Naquela oportunidade, o país estava em frangalhos político e administrativamente. Nada funcionava e vivia-se um período de conturbação total, de falta de autoridade e inexistência de comando político. 

Pressões de tudo que era lado – inclusive do público interno – chegavam aos ministros militares, exigindo que houvesse uma intervenção manu militari. Vivandeiras atiladas rondavam os quartéis. Mesmo assim, o comando das Forças Armadas se negou a praticar qualquer ato que pudesse afrontar o processo constitucional, deixando, democraticamente, o problema nas mãos do poder civil. 

Anos mais tarde, o país foi surpreendido pela cena protagonizada pelo ex-presidente Itamar Franco, desfilando em pleno carnaval com uma moça sem a roupa de baixo. Os fotógrafos fizeram a festa, mas nos quartéis o clima era de revolta, ao presenciar o comandante-em-chefe das Forças Armadas se prestando para aquele tipo de papel, desonrando o cargo que lhe foi conferido. Choveram faxes nos gabinetes dos ministros militares, vindos dos comandos das três forças singulares, que exigiam uma tomada de posição contra o presidente, sendo que em algumas dessas manifestações pediam a cabeça de Itamar Franco. Novamente prevaleceu o profissionalismo das FFAA, a disciplina e a hierarquia. 

Discretamente, como a ocasião exigia, os ministros fardados fizeram chegar ao conhecimento de Itamar Franco o descontentamento da tropa com o seu comandante-em-chefe. Itamar entendeu o recado e, a partir daí, se conteve nos seus arroubos de presidente solteiro. 

O Ministério da Defesa surgiu há poucos anos, como uma forma simbólica de dizer que o poder militar subordina-se ao poder civil. Como o cargo é civil, os governos têm entendido que o ministro também deva ser um civil. E por ali já passaram alguns ministros que provocaram sobressaltos ao governo, alguns por falta de estatura institucional e outros por desconhecerem como funciona a caserna. A última crise deu-se, agora mesmo,  com a demissão de Nelson Jobim do ministério. A bem da verdade, o ex-ministro não era unanimidade na tropa. 

Muitos de seus comandados o tinham como arrogante, vaidoso e cheio de si. Um pavão, resumiam alguns. Generais de pijama – debochadamente - só o tratavam de capitão Jojoba. Jobim caiu porque falou demais e disse o que realmente pensava. Quebrou a hierarquia. Não era bem-quisto pela presidente. Dilma tinha tudo para dar uma solução definitiva ao Ministério da Defesa, colocando na chefia um general da reserva de quatro estrelas, que contasse com a admiração e o respeito dos seus camaradas. Enfim, um militar profissional. Fez a pior escolha para o momento, colocando um cidadão que se notabilizou pelo servilismo a ditadores de quinta e pela maneira melosa e bajuladora de como servia à família Lula da Silva. 

Fraco, provinciano, defensor de uma esquerda vira-lata, os militares  podem lhe negar continência. Para gente acostumada com tiro de canhão, a escolha de Amorim não passa de um traque. Só falta ao futuro ministro, encomendar a sua farda de Escoteiro – patente de lobinho.

(*) Nilson Borges Filho é doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog.