O policial militar João Dias, delator do esquema de corrupção no Ministério do Esporte revelado por VEJA, presta novo depoimento à Polícia Federal, em Brasília, na tarde desta segunda-feira. Ele informou à imprensa, na entrada do prédio, que foi até o local entregar treze gravações e vários documentos detalhando como agia o grupo. "Devagar vamos trazendo novidades para reforçar tudo que afirmamos", disse.
No material a ser entregue há dois áudios publicados por VEJA neste fim de semana. Neles, dirigentes do ministério instruem João Dias a fraudar documentos de prestação de contas de dois convênios firmados com a pasta por meio de duas ONGs que o policial dirige.
Segundo as denúncias de João Dias, no Ministério do Esporte funcionava um esquema montado pelo PCdoB para arrecadar "pedágios" de ONGs que atuavam na pasta por meio do Programa Segundo Tempo e direcioná-los a campanhas eleitorais. O policial destaca, porém, que a voz do ministro Orlando Silva, acusado por João Dias como o mentor do esquema, não aparece nos áudios.
Sobrevivência - Na última sexta-feira, o ministro ganhou fôlego extra no governo. Após conversa com a presidente Dilma Rousseff, ele se manteve no cargo. No entanto, segundo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, sua permanência não é garantida.
Em entrevista ao jornal O Globo, Carvalho afirmou: “Dilma tomou uma posição na sexta-feira, mas não dá para dizer que temos uma posição definitiva. A presidente quer ter o direito de fazer a avaliação com calma, atendendo aos princípios da defesa. O governo não quis entrar no clima de histeria. A presidente teve uma atitude de cuidado, de não prejulgar os fatos. Transformar a acusação em confirmação não dá.”
A situação de Orlando Silva ficou complicada depois que VEJA revelou que o ministro era o mentor de irregularidades na pasta e que recebeu propina na garagem do próprio ministério. Ele passou a última semana negando as acusações e classificando o delator do esquema de “bandido sem credibilidade”. Foi à Câmara e ao Senado prestar depoimento. “Querem tirar ministro no grito”, reclamou na quinta-feira. Do site da revista VejaCLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUZIO AMORIM NO TWITTER
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