O policial militar João Dias, delator do esquema de corrupção no Ministério do Esporte, foi preso nesta quarta-feira em Brasília por invadir o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal. O governador de Brasília e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz (PT), teve o nome envolvido no esquema de corrupção no ministério.
Um dos advogados do policial, Rafael Leite de Macedo, disse ao site de VEJA que não sabia da prisão. Ele acrescentou que não atua na área criminal e que, por isso, não deve trabalhar na defesa do policial neste caso.
João Dias teria tentado entrar no gabinete do secretário de Governo Paulo Tadeu (PT) e jogado dinheiro sobre a mesa, além agredir funcionários. A secretaria confirma a prisão do policial.
Caso - Em outubro, João Dias contou a VEJA que as organizações não-governamentais (ONGs) contratadas pelo Ministério do Esporte para o Programa Segundo Tempo só recebiam os recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia chegar a 20% do valor dos convênios.
O PCdoB, segundo ele, indicava desde os fornecedores até pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar despesas fictícias. Na entrevista, o policial afirmou que, na gestão de Agnelo Queiroz no ministério, o Segundo Tempo já funcionava como fonte do caixa dois do partido — e que o gerente do esquema era o ex-ministro Orlando Silva, então secretário executivo da pasta.
Por nota, a assessoria do governador Agnelo disse que as relações entre ele e João Dias se limitaram à convivência partidária, que nem sequer existe mais.
O militar contou ainda que Orlando Silva chegou a receber, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério do Esporte, remessas de dinheiro vivo provenientes da quadrilha: “Por um dos operadores do esquema, eu soube na ocasião que o ministro recebia o dinheiro na garagem”. O comunista, que deixou o governo em outubro, negou as acusações. Do site da revista Veja