TRANSLATE/TRADUTOR

sexta-feira, setembro 17, 2010

ARTIGO: Dilma é Lula, Erenice é Dilma

Por Nilson Borges Filho (*) 

O governo federal e a coordenação de campanha de Dilma Rousseff concentram suas baterias, para tentar desvincular a onda de corrupção dentro da Casa Civil da candidatura petista, mesmo que para isso tenha que faltar com a verdade. O esforço concentrado pode até surtir efeito naquela faixa de eleitores que não tem acesso aos meis de comunicação ou, ainda, entre os que não tenham discernimento para avaliar os fatos espantosos que determinaram o afastamento de Erenice Guerra.

Quando se trata  de pessoas que acompanham, com olhar crítico, o noticiário nacional, o escândalo escabroso envolvendo a principal auxiliar de Dilma Rousseff, seus familiares e agregados, já começa a se alterar os números das pesquisas de opinião, em direção a um possível segundo turno. As malfeitoria praticadas na Casa Civil é uma questão que envolve eleitoralmente a candidata Dilma Rousseff? Quem sabe.

Na verdade, está mais do que provado, que o tráfico de influência que contaminou o governo federal e os pedidos de propina, negociados um andar acima do gabinete presidencial, respingam sim em Dilma Rousseff, enquanto ocupante de cargo de ministra de Lula. Muitas das negociatas contratadas com gente próxima à ex-Secretária Executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, foram formalizadas nas dependências da sede do governo, quando Dilma era a toda poderosa “mulher de ferro”. Uma coisa é certa: Dilma não existe sem Lula e Erenice jamais existiria sem Dilma.

A candidata petista é a encarnação do projeto de poder de Lula e Erenice é a encarnação de Dilma nos meandros tortuosos da gestão governamental. Por tudo que Erenice representa desde sempre para a amiga candidata, alegar agora que o que se passava dentro do ministério não é seu problema, é pura demonstração de que Dilma escorrega no principal padrão de conduta de um presidenciável: a honestidade intelectual. Não há como negar que as relações entre Dilma e Erenice vão muito além do mesmo gosto em se vestir e do uso dos mesmos acessórios estéticos.

A rigor, Erenice, primeiro como Secretária Executiva da Casa Civil e mais adiante como ministra, era a extensão funcional e política de Dilma Rousseff, que se prestava como tarefeira das ordens transmitidas pela sua ex-Chefe. É difícil admitir que Dilma, enquanto ministra, tomasse alguma atitude importante no governo sem consultar o presidente da República. É difícil de acreditar que toda e qualquer movimentação importante de Erenice, na gestão da Casa Civil, não fosse informada à Dilma Rousseff antes de ser levada a Lula. Dilma, até pela sua personalidade e por ter sido a escolhida de Lula, poderia contar com alguma autonomia política- administrativa em relação ao presidente. 

O mesmo não se pode dizer de Erenice, que pela maneira como chegou ao cargo de ministra, sua autonomia perante Dilma e Lula era quase próxima de zero. Nem mesmo a carta de sua demissão teve a sua lavra. O texto saiu da pena do ministro Franklin Martins, especialista nesse tipo de coisa. 

(*) Nilson Borges Filho é mestre e doutor em Direito e articulista colaborador deste blog.

CLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUÍZIO AMORIM NO TWITTER

5 comentários:

Anônimo disse...

Amorim, acho que o papel da oposicao é fazer oposicao, independente de perder ou ganhar, é partir pra cima e exigir apuracao de tudo.

Atha disse...

Planalto já sabia sobre o lobby desde fevereiro. Empresário mandou emails à Casa Civil reclamando das cobranças. Lula não vai poder dizer, "eu não sabia".

O Palácio do Planalto sabia pelo menos desde de fevereiro deste ano que havia um lobby funcionando dentro da Casa Civil e cobrança de vantagens para intermediar empréstimos junto ao BNDES.

Foi em 1.º de fevereiro que o empresário Rubnei Quícoli, estopim da queda de Erenice Guerra, enviou e-mail para quatro funcionários da assessoria especial da Casa Civil em que reclama da cobrança por fora de R$ 240 mil feita pela empresa de Israel Guerra.

Israel é filho da ministra, e teria feito a cobrança para que o processo de crédito de R$ 9 bilhões fosse acelerado. Em uma das mensagens daquele dia, Quícoli, consultor da EDRB do Brasil Ltda, pede que o assunto seja levado à então ministra e hoje presidenciável, Dilma Rousseff (PT). "Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma", afirma.

Dilma era ministra também quando, 45 dias antes, Quícoli recebeu a minuta do contrato que faria com a Capital Assessoria, empresa que Israel, filho de Erenice, usa para fazer lobby e cobrar dinheiro em contratos obtidos junto a órgãos públicos.

O documento cita o pagamento mensal de R$ 40 mil e a taxa de 5% (que significaria R$ 450 milhões) em caso de sucesso na operação para financiar um projeto de usina solar.

Consultor da EDRB, Rubnei Quícoli entregou ontem ao Estado os e-mails que enviou aos assessores da Casa Civil no dia 1º de fevereiro. Às 7h08, ele remeteu mensagem a Vinicius Castro, Glauciene Leitão, Vilma Nascimento do Carmo e Vera Oliveira, todos lotados na assessoria especial da Casa Civil. O primeiro pediu demissão na segunda-feira, depois da revelação de que botou sua mãe, Sônia Castro, como sócia "laranja" da Capital Assessoria.

Já Glauciene, além de receber os e-mails sobre as cobranças feitas pela empresa de Israel, foi quem agendou a reunião de 10 de novembro, que contou com a presença de Erenice e dos donos EDRB. Quatro dias antes, a funcionária da Casa Civil confirma o encontro e faz um alerta em que menciona a candidata do PT: "O Vinícius Oliveira - Assessor da Secretária, informou que o conteúdo do CD que está com ele é muito extenso e que é necessária uma apresentação mais sucinta para mostrar à ministra Dilma."

Nas mensagens aos funcionários da Casa Civil, Quícoli alerta sobre o uso do escritório Trajano e Silva Advogados pelo grupo ligado a Erenice Guerra para fazer negociatas. A Casa Civil confirmou, para o Estado, a lotação das funcionárias. Um dos sócios do escritório, o advogado Márcio Silva, que representa Dilma na Justiça Eleitoral, nega conhecer os representantes da EDRB. "Nunca vi essas pessoas."

Esses são sempre assim, a começar do Lula, quando a Abanana esquenta, todos dizem que não come Abanana de Amañana.

Atha disse...

ENTREVISTA Rubnei Quícoli, Empresário e consultor: "O Stevam é um avião na Casa Civil". "O Dinheiro é para apagar o fogo da Dilma e da Erenice". Entendido, apagá o fogo. Que Dilma fogoza hein!

Ele disse para que seriam os R$ 5 milhões?

"Disse que era para apagar um fogo da Dilma Rousseff e da Erenice, dívidas acho que de campanha. E outra parte era para apagar o fogo do Hélio Costa, candidato do PMDB em Minas".

Depois que me recusei a assinar o contrato o Stevam ficou ligando. Ligava de telefone público. Fez pressão, "se você não assinar não vai mais chegar na Chesf, se não assinar não vai ter mais nada". Não ligava de celular. Usava cartão, dois, três minutos. Caía a ligação, ligava de novo. É um avião. Tem uma porta aberta na Casa Civil, outra no BNDES.

Como o sr. foi parar na Casa Civil?

No dia 17 de novembro, por intervenção do Marco Antonio, nos reunimos na Casa Civil com a então secretária executiva do ministério, Erenice Guerra. Ela participou sim. Ouviu nossa exposição sobre o projeto de instalação de torres solares no Nordeste e reconheceu a importância da proposta. Aplaudiu o projeto e nos encaminhou ao escritório da Companhia Hidrelétrica do São Francisco.

Quem mais participou do encontro?

O Vinícius Castro, que era o assessor jurídico da Casa Civil, mais uma outra funcionária desse setor, os sócios da EDRB (Aldo Wagner, diretor técnico, Marcelo Escarlassara, diretor comercial) e o Carlos Augusto Cavenaria, da KVA Elétrica.

Eles mandaram o contrato?

Enviaram no e-mail de uma certa GC Empresarial, que era o contato do Stevam. Na última reunião o Stevam ficou ameaçando, disse que a gente ia ter que pagar senão o BNDES não ia liberar o dinheiro. Era uma coisa de louco. O contrato rezava R$ 40 mil por mês a título de manutenção e mais 5% de um aporte de R$ 9 bilhões. São R$ 450 milhões, é muito dinheiro jogado no lixo do Brasil. Vi que estava diante de uma quadrilha que montou uma ação muito bem planejada.

O que você fez?

Saí à procura do Marco Antonio. Foi ele quem fez o contato com a Casa Civil. O Marco Antonio me apresentou ao sobrinho dele, o Marcos Vinícius. O que me causou muita estranheza é que a mãe do Vinícius é sócia da Capital. Fiquei atônito. Onde é que estou me metendo?

E depois?

Voltei a Brasília e o Marco Antonio disse que precisava de R$ 5 milhões. Ele disse que o filho da Erenice, o tal Israel, não iria liberar nada se a gente não pagasse. Expliquei que para fazer essa operação a gente precisava de uma nota fiscal para o faturamento. Eu disse que não dava para enfiar tanto dinheiro na cueca e sair distribuindo por aí. Aí me mandaram uma nota de uma empresa que é do Saulo, filho da Erenice, a Synergy. Mostraram que eu poderia pulverizar os R$ 5 milhões, diluir em consultoria e intermediação.

Ele disse para que seriam os R$ 5 milhões?

Disse que era para apagar um fogo da Dilma Rousseff e da Erenice, dívidas acho que de campanha. E outra parte era para apagar o fogo do Hélio Costa, candidato do PMDB em Minas. É a palavra do Marco Antonio. Eu sustento isso, vou até o fim. Saímos de Brasília determinados a não pagar nada. Depois que me recusei a assinar o contrato o Stevam ficou ligando. Ligava de telefone público. Fez pressão, "se você não assinar não vai mais chegar na Chesf, se não assinar não vai ter mais nada". Não ligava de celular. Usava cartão, dois, três minutos. Caía a ligação, ligava de novo. É um avião. Tem uma porta aberta na Casa Civil, outra no BNDES.

"Vota no tiririca, pior que está não fica".

Atha disse...

Erenice derruba mais um, espero que Dilma seja a próxima.

Advogado envolvido no caso Erenice Guerra sai da Casa Civil.
Stevan Knezevic volta à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde entrou por serviço público como técnico administrativo.

Mais um personagem do suposto esquema de tráfico de influência que derrubou Erenice Guerra do cargo de ministra da Casa Civil pediu demissão nesta sexta-feira, 17. O advogado Stevan Knezevic deixou o cargo que ocupava no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão vinculado à presidência da República.

Stevan Knezevic tem 25 anos e foi mencionado pela última edição da revista Veja como sócio da empresa de consultoria Capital, por meio da qual Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil, teria intermediado a renovação de licença para a MTA Linhas Aéreas.

O nome de Stevan voltou ao noticiário desta semana como personagem de negociação para liberar empréstimo bilionário no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O empresário e consultor Rubnei Quícoli, que teria tentado obter financiamento do banco para um empreendimento de energia solar no Nordeste, citou Knezevic como um "avião, com uma porta aberta na Casa Civil e outra no BNDES".

Anônimo disse...

Amorim, vc já leu o livro O CHEFE do IVO PATARRA?
ISSO SIM É UMA BOMBA!!!!!!
Como faço para te mandar por email em pdf?
Responda pelo twitter