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terça-feira, outubro 11, 2011

CRISTÃOS SÃO MASSACRADOS NO EGITO SOB A ABJETA COMPLACÊNCIA COVARDE DAS AUTORIDADES DO MUNDO OCIDENTAL! VERGONHOSO! INFAME!

Quem acompanha este blog sabe que eu sou ateu, entretanto não sou estúpido a ponto de ignorar o impacto das religiões na construção da cosmovisao, ou visão de mundo, como queiram, que orienta a ação e relação social. Este é o ponto importante que deve ser relevado, já que a grande maioria das pessoas em todo o planeta professa uma crença religiosa. 
Os povos que compõem as nações do ocidente são majoritariamente cristãos, embora os Estados sejam laicos e não interfiram em questões de fé de suas populações e não há perseguição religiosa e nem fanatismo. Nas democracias essas agressões normalmente são tipificadas pela lei penal como crime! Este porém não é o quadro dos países islâmicos ou de dominação da religião islâmica onde imperam o fanatismo, a intolerância religiosa e a perseguição dos cristãos e de judeus.
É o que se verifica agora na tal "primavera árabe", a grande mentira endeusada pela idiotia esquerdista que domina a grande imprensa internacional. Tanto é que no Egito 24 cristãos foram massacrados pelo fanatismo islâmico. Não existe, portanto, nenhuma "primavera árabe", mas um tenebroso "inverno islâmico", onde o assassinato de inocentes é autorizado e insuflado pelos intermediários de Maomé. 
Transcrevo o post que Reinaldo Azevedo publicou em seu blog a respeito desse deletério episódio ocorrido no Egito, pelo fato de que Reinaldo é dos raros jornalistas que atua na grande imprensa, no caso a revista Veja, do Grupo Abril, que reflete a verdade dos fatos. Como as vítimas não foram palestinos essa ocorrência não tem a repercussão devida, quando não é minimizada ou escamoteada pelo jornalismo militante do esquerdismo mentiroso que domina toda a grande imprensa em nível internacional, sobretudo agências de notícias, que alimentam o noticiário da maioria dos veículos de comunicação e oferecem um enfoque que turva a verdade e conspurca a ética do jornalismo que deve se pautar pelos fatos e não por ideologias. Trancrevo a parte incial do texto de Reinaldo Azevedo com link para leitura integral:

Demorou, mas os bananas de pijama se manifestaram contra o massacre de 24 cristãos por forças de segurança do Egito, ainda que o tenham feito de um modo acovardado, pusilânime. Barack Obama, a mão invisível - e pouco me importa se voluntária ou não - que dá suporte ao extremismo islâmico que ganha terreno no Oriente Médio (incluindo o Norte da África), mandou seu porta-voz dizer algumas palavras regulamentares. Segundo Jay Carney, “o presidente está profundamente preocupado com a violência no Egito que levou à perda de vidas de manifestantes e de forças de segurança”. Mais: “Chegou a hora de todas as partes darem mostras de moderação para que os egípcios possam avançar juntos na elaboração de um Egito forte e unido”. Não me diga!
Chanceleres de governos europeus (Reino Unido, Espanha e Portugal) também expressaram a sua preocupação. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, que não chega a ser notável nem como o idiota rematado que é, também mobilizou seu porta-voz, Martin Nesirky: “O secretário-geral está profundamente triste pela perda de vidas no Cairo na noite passada. Ele convoca todos os egípcios a permanecer unidos e a preservar o espírito das mudanças históricas do início de 2011″.
Não houve um só banana, desse enorme cacho, com coragem moral para levantar a própria voz e condenar pessoalmente o massacre...". Continue lendo AQUI

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sábado, setembro 10, 2011

PRIMAVERA ÁRABE OU INVERNO ISLÂMICO? EMBAIXADA DE ISRAEL É ATACADA E VANDALIZADA POR MANIFESTANTES NO EGITO.

O vídeo acima mostra o que é a tal "primavera árabe", que encanta o esquerdismo antissemita e o jornalismo internacional, embora ninguém dê bola para essa bobajada pois todos estão cansados de saber que por trás dessa tal 'primavera' não há a intenção de chegar a nenhum "verão democrático". A massa é insuflada pelo fanatismo islâmico e o que se verá em seguida a esses protestos no mundo árabe é o surgimento de novas ditaduras islâmicas como a que existe no Irã. Anotem aí que é isso que vai acontecer.

No vídeo acima os "democratas primaveris" jovens egípcios estão derrubando uma proteção para em seguida invadir a Embaixada de Israel, que foi vandalizada. Os "jovens democratas" avançaram sobre os documentos diplomáticos e os atiraram para fora do prédio. Sim, a Embaixada de Israel foi brutalmente invadida pela turba fanática aos gritos de Allahu Akbar (Alá é o maior), segundo anotou o Marcos Guterman no seu blog no site do Estadão.


Dei-me ao trabalho de dar uma olhada nos comentários ao post de Guterman, e fiquei pasmado. Travaram uma discussão sobre a tradução para o português desse grito de guerra islâmico. Alguns leitores incrivelmente "versados" em islamismo colocaram em causa a tradução informando que o correto é "Deus é Grande", embora se saiba que Alá significa Deus para os islâmicos. Há até quem comente que o culpado do ataque à embaixada é Israel que não pediu desculpas ao Egito pela morte de cinco policais egípcios no confronto com as forças israelenses que defendiam o território judeu do assédio dos terroristas do Hamas que dominam a Faixa de Gaza. 


Até hoje está para ser explicado porque egípcios estavam metidos naquela encrenca junto com os terroristas islâmicos. Matéria da AFP diz textualmente que os egípcios foram "assassinados", o que é uma mentira deslavada porquanto houve uma ação defensiva militar israelense. Abaixo dou o link para que vocês confiram.

Cotejando o post de Guterman e os comentários dos leitores "especialistas em islamismo" com o que noticiam as agências internacionais, pode-se verificar como esse noticiário internacional tergiversa e tenta passar uma informação truncada levando o leitor a imaginar que os "jovens primaveris" egípcios não têm liderança declarada, embora gritem sem parar que "Alá é o Maior!". 


A AFP diz que manifestantes reuniram-se depois na Praça Tahir atendendo ao chamado de "organizações laicas". Confiram aqui a matéria da AFP - Agence France Press. O parágrafo ao qual me refiro e diz o seguinte:"Os militantes laicos, ainda pouco organizados, duvidam que as eleições legislativas sejam realizadas, como previsto, neste outono. Eles não apoiam os islamitas, nem os funcionários do governo anterior, e exigem a reforma do sistema eleitoral." 
Como se nota há um esforço coincidentemente concomitante da AFP e de comentaristas do blog do Guterman, aos quais aludi, no sentido de afastar qualquer suspeita de que há, na verdade, um "inverno islâmico" e não uma "primavera árabe". Nao é à toa que enquanto atacavam a embaixada de Israel, como mostra o vídeo acima, gritavam sem parar "Alá é Grande". 
Afinal, isto é um movimento laico? Ou laico em árabe quer dizer outra coisa? 

E, para finalizar: O governo israelense pediu ajuda aos Estados Unidos. Sabem o que Obama fez? Segundo se depreende do despacho da AFP, o rei da cocada preta determinou a um subalterno da Casa Branca para avisar que Obama telefonou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestando sua "grande preocupação" com a situação na sede diplomática, quando explicou os passos dados pelos Estados Unidos, incluindo um pedido ao Egito para que "honre suas obrigações internacionais visando salvaguardar a segurança da embaixada israelense". 

Se depender de Obama os islâmicos tentarão fazer picadinho de Israel. Mas antes que isso aconteça, com toda a certeza, o Estado judeu mostrará o que é bom para a tosse.

SALVE O ESTADO ISRAEL! O ÚLTIMO BASTIÃO DE DEFESA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL!

SALVE O POVO JUDEU!

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quinta-feira, setembro 01, 2011

CLÉRIGO ISLÂMICO CONCITA EGÍPCIOS A ASSASSINAREM EMBAIXADOR DE ISRAEL E TURISTAS

Clique AQUI para ver o vídeo
Aquilo que os bobalhões antissemitas da grande imprensa denominam de Primavera Árabe, que são esses levantes que vêm ocorrendo nos países árabes, resultará naquilo que já se sabe, mas a mídia internacional criminosamente esconde. No lugar dos tiranos do Egito e da Líbia, por exemplo, se erguerão tiranias islâmicas. Em ambos os países o único grupo organizado a fazer parte desses levantes é muçulmano. Uma vez no poder essa tiranias islâmicas se unirão na tentativa de destruir Israel e assassinar o povo judeu.No último dia 26, a TV Al Jazeera enfocou um discurso do clérigo egípcio Sallah Sultan, quando concitou os cidadãos egípcios a assassinarem o embaixador de Israel e todos os turistas judeus que estiverem no Egito.
E agora vejam só quem é Sallah Sultan: Em 2004 fundou o Centro Americano para Investigação Islâmica (CAIA), em Columbus, Ohio, teve muitos cargos como consultor e docente nos Estados Unidos. Desde a sua chegada no país em 1998, fundou vários institutos islâmicos, dentre eles a Universidade Islâmica da América em Southfield, Michigan e o Sultan Publishing Co. em Columbus, Ohio.
O site The Middle Media East Research Institute (MEMRI) postou o vídeo com as declarações desse clérigo criminoso. Afinal, ameaçar qualquer pessoa de morte é crime, menos para esses fanáticos assassinos. O que causa espécie é o governo americano permitir que esses assassinos entrem nos Estados Unidos e - pasmem! - excerçam a docência e consultoria!Textualmente, segundo o site MENRI, são estas as declarações desse fanático:

Sallah Sultan: "Como alguém que estudou a lei islâmica, especializando-se em jurisprudência islâmica, estou chamando a assassinarem o embaixador [israelense], não apenas expulsá-lo. Nossos filhos foram assassinados em nosso país, em nosso solo e nossos filhos estão sendo assassinados em Gaza por um inimigo ocupante. Irmãos e irmãs, as resoluções autênticas da lei islâmica não podem ser silenciadas. Estou preparado para confrontar qualquer estudioso do Islã que diga o contrário. [...]
"Quando o general Issam Al-Tarsawi dirigiu a unidade antidrogas, disse que a heroína e outras drogas foram trazidas pela primeira vez ao Egito nas maletas dos diplomatas sionistas, que não foram alvo de fiscalização. Isso mesmo. Antes dos Acordos [de Camp David], o Egito não tinha estas drogas, estes crimes ou estas imagens.
"Mostrem-me algo bom que tenha saído da normalização das relações com a entidade sionista. Você pode me dizer: "Temos o Sinai". De verdade?! Até hoje, não temos autoridade sobre o Sinai. [...]
"Uma vez disse: qualquer sionista - turista ou não - que entra no Egito deve ser assassinado. Não assassinaremos turistas de qualquer [outro] país. Ressaltamos que este fatwa é dirigido apenas a esses sionistas, que destruíram nosso país, assassinaram nosso povo e derramaram nosso sangue em nossa terra". [...] Do site MENRI que pode ser lido em vários idiomas
N.B: Agradeço ao Jônatha Bittencourt, aluno do Curso de jornalismo da UFRGS de Porto Alegre que me passou pelo Twitter o link desta informação. A tradução do texto da fala do clérigo é também de Jônatha que fez a postagem em seu blog Cessar-Fogo.
É uma grande satisfação ver um jovem aluno de Jornalismo atento para esse flagelo do nosso tempo que representa o fanatismo islâmico tolerado e estimulado pelo pensamento políticamente correto, a mostrar, como sempre que nem tudo está perdido.
Valeu Jônatha!

sábado, fevereiro 19, 2011

DANIEL PIPES: A oportunidade do Egito

Mais uma vez Daniel Pipes analisa de forma minuciosa os acontecimentos do Egito e a nuvem de incerteza que ainda permanece: afinal como as coisas se encaminharão depois que se acalmou o clamor dos protestos de rua com a renúncia de Muabarak? E a indagação mais sombria recai sobre o futuro comportamento da Irmandade Muçulmana, organização tradicional do Egito que se tem esquivado de esclarecer os seus reais propósitos. Pipes também não se furta em fazer uma ácida crítica à desnorteada política externa de Hussein Obama, especialmente aquela voltada ao Oriente Médio. Por isso este artigo de Daniel Pipes, que também pode ser lido no original in english, merece uma atenta leitura porque se trata de análise acurada indo muito além do trivial comumente veiculado pela grande mída. Leiam:
Ainda que os acontecimentos no Egito tenham se desenrolado da melhor maneira possível, as perspectivas sobre o futuro permanecem incertas. A fase empolgante acabou, agora é hora das preocupações.
Comecemos com três notícias boas: Hosni Mubarak, o homem forte do Egito que parecia estar à beira de fomentar um desastre, felizmente renunciou. Os islamistas, que pressionariam o Egito na direção do Irã, tiveram um pequeno papel nos recentes eventos e permanecem longe do poder. E as forças armadas que, nos bastidores, desde 1952 governaram o Egito, é a instituição melhor equipada para adaptar o governo às exigências dos manifestantes.Agora, vamos aos problemas. As forças armadas em si representam o menor dos problemas.
No comando há seis décadas, causaram muita confusão. Tarek Osman, escritor Egípcio, demonstra de maneira eloquente em seu novo livro, Egypt on the Brink: From Nasser to Mubarak (Yale University Press) a rapidez do declínio na posição do Egito. Qualquer que seja o indicador escolhido, desde o padrão de vida até o poder de influência, o Egito de hoje fica aquém do seu antecessor monárquico. Osman compara o Cairo dos anos 50 do século passado à cidade "superpovoada, tipicamente de terceiro mundo" de hoje. Ele também se desespera sobre a maneira em que o país "que já foi marco de tranquilidade … tenha se tornado o solo mais fértil para geração de agressões do Oriente Médio".
A Irmandade Muçulmana representa o maior problema. Fundada em 1928, organização islamista líder no mundo, tem de longa data evitado a confrontação com o governo, esquivando-se em revelar sua ambição em realizar uma revolução islâmica no Egito. O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad articulou a sua esperança a cerca da revolução, ao reivindicar que devido aos acontecimentos no Egito, "estava emergindo um novo Oriente Médio sem o regime sionista e sem a interferência dos Estados Unidos ". Em uma avaliação amarga, o próprio Mubarak se focou nesse mesmo perigo: "Vemos a democracia que os Estados Unidos lançaram no Irã, e em Gaza com o Hamas, e esse é o destino do Oriente Médio … extremismo e islamismo radical".
De sua parte, a administração dos Estados Unidos ingenuamente não expressou tais preocupações. Barack Obama minimizou a ameaça da Irmandade Muçulmana, chamando-a apenas de "uma facção no Egito", enquanto o diretor do Serviço Nacional de Informações, James Clapper, na realidade elogiou a irmandade com sendo "um grupo muito heterogêneo, consideravelmente secular, que desistiu da violência" que procura "a melhoria da política no Egito".
Esse contrassenso aponta para uma política dos Estados Unidos profundamente desordenada. Em junho de 2009, durante a revolução não concretizada contra o regime hostil do Irã, a administração Obama permaneceu calada, esperando com isso obter a boa vontade de Teerã. Mas com o Sr. Mubarak, um ditador amigo sob ataque, ela efetivamente adotou a impaciente "pauta da liberdade" de George W. Bush, apoiando a oposição. O Sr. Obama aparentemente só encoraja manifestações de rua contra o nosso lado.
Pressão americana, gradual e contínua, reconhecendo que o processo de democratização implica em uma vasta transformação da sociedade e não requer meses e sim décadas, é necessária para abrir o sistema.

O que espera o Egito, será que Irmandade Muçulmana tomará o poder?
Algo marcante, imprevisível e sem precedentes aconteceu nas últimas semanas nas ruas do Egito. Um movimento de massas sem líderes eletrizou um grande número de cidadãos comuns, assim como na Tunísia dias antes. Ele não dirigiu o ódio contra estrangeiros, não fez das minorias egípcias bodes expiatórios, nem endossou uma ideologia radical; em vez disso, exigiu resposabilização, liberdade e prosperidade. Informações chegadas a mim procedentes do Cairo levam a crer numa guinada em direção ao patriotismo, inclusão, secularismo e responsabilidade pessoal.
Para confirmar, veja essas duas pesquisas de opinião: Um estudo realizado em 2008 por Lisa Blaydes e Drew Linzer constatou que 60 porcento dos egípcios sustentam opiniões islamistas. Porém uma pesquisa do Pechter Middle East Poll da última semana constatou que apenas 15 porcento dos cairotas e alexandrinos "aprovam" a Irmandade Muçulmana e cerca de 1 porcento apóia um presidente da irmandade para o Egito. Outro indicador dessa mudança sísmica: a irmandade, em retirada, diminuiu suas ambições políticas, com Yusuf al-Qaradawi chegando a declarar que preservar a liberdade dos egípcios é mais importante do que implementar a lei islâmica.

Ninguém pode dizer nesse estágio inicial de onde veio essa revolução nas atitudes ou para onde está indo, mas ela é a feliz realidade de hoje. A liderança das forças armadas tem o peso da responsabilidade de guiá-la ao bom encaminhamento. Três homens em especial merecem ser observados de perto, o vice-presidente Omar Suleiman, o Ministro da Defesa Mohammed Hussein Tantawi e o Chefe do Estado-Maior Sami Hafez Enan. Logo veremos se a liderança das forças armadas aprendeu e amadureceu e, se compreendeu que continuar prosseguindo em busca de seus interesses egoístas levará a mais deterioração.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

DANIEL PIPES: Anoush Ehteshami e a Democracia no Egito

Mais um excelente artigo do respeitado expert em Oriente Médio e política internacional Daniel Pipes a respeito dos possíveis desdobramentos da dita 'revolução' egípcia que, por enquanto, não sinaliza claramente qual o rumo político e institucional que tomará a Nação. Concordo com a análise de Daniel Pipes e continuo temendo a nefasta ação do fanatismo muçulmano nesse país em que 95% de sua  população, dizem as estatísticas,  professa o credo de Maomé. Acresce a este fato uma notícia muito cabulosa. Os aiatolás iranianos comemoraram o movimento oposicionista egípcio enquanto reprimiram violentamente os protesto que acabam de ocorrer no Irã. Além disso, o Parlamento iraniano pediu a pena de morte para os opositores do regime. Portanto, faço minhas as palavras de Daniel Pipes e também antevejo que nos próximos 12 meses, pelo menos, nada de novo ocorrerá às margens do Nilo. (Read in english here) Leiam:
Anoush Ehteshami não deveria ter assumido a misssão de afirmar "que o Egito se tornará uma democracia em um ano" visto que, na realidade, compartilha com o meu ceticismo a cerca do surgimento da plena participação política num período de tempo tão curto. São cinco as suas dúvidas e circunspecções:

Para começar, defendeu a continuidade no poder do regime e suas instituições, observando que "a máquina do estado continua infiltrada por membros do partido e pessoas leais a Mubarak", enquanto "o grande establishment responsável pela segurança permanece inteiramente controlado pela elite governante criada por Mubarak". A partir disso, ele conclui que "o fim eminente desse regime e desse presidente pode ter sido exagerado". Obviamente, isso sustenta o meu raciocínio.

Segundo, o Sr. Ehteshami não prevê nada mais esperançoso para o futuro do Egito do que "poderia ser vagamente referenciado como o caminho repleto de solavancos rumo à democratização". Esse termo vago, explica ele, significa (1) uma expansão da base política, (2) alargamento do espaço público e (3) infiltração de forças reformistas no regime. Não entendo o que significa tudo isso – contudo não se encaixa na descrição convencional de democracia.

Terceiro, ele prevê o aparecimento de uma ampla coalizão – em seguida seu fracasso imediato, levando à consolidação de partidos representando enfoques islamistas, nacionalistas, liberais, pan-árabes e seculares. A competição entre eles admite, "será longa e dolorosa" – adjetivos que indicam que o processo não estará concluído em doze meses nem tampouco será democrático.

Quarto, o mais excêntrico de todos, conforme sustenta o Sr. Ehteshami as forças econômicas impulsionarão o país em direção à democracia: "O imperativo econômico irá gerar suas próprias pressões contra o governo e o ímpeto em busca de amplas reformas econômicas e de transparência proporcionarão mais energia a favor das forças pró-reformistas". Diga isso aos chineses que estão aturando três décadas de governo autocrático acompanhado de expansão econômica.

A partir dessa mistura de previsões vem a conclusão menos eloquente ainda de que em um ano, "o Egito estará se tornando uma democracia". Bem, "se tornando uma democracia" não é a proposta: só para lembrar, nosso tópico é se "o Egito se tornará uma democracia". O Sr. Ehteshami parece incapaz de realmente fazer tal previsão.

Em suma, ambos concordamos que após um "longo e doloroso" ano, o Egito estará, na melhor das hipóteses "se tornando uma democracia". Agradeço a ele por me ajudar a defender o ponto de vista de que o Egito permanecerá autocrático nos próximos doze meses.

sábado, fevereiro 12, 2011

EGITO PROMETE HONRAR TRATADO DE PAZ COM ISRAEL

A Justiça do Egito determinou que dois membros do antigo regime além do atual ministro de Informação não podem deixar o país e indicou que uma investigação contra os três está sendo aberta sob acusação de terem desviado 4 milhões de libras egípcias (pouco mais de R$ 1 milhão).
A decisão chega no mesmo dia em que as Forças Armadas reiteraram a transição de poder no país e indicaram que vão honrar tratados regionais e internacionais e os manifestantes criaram um conselho para salvaguardar os interesses da revolução.
"Para poder examinar as acusações, foi necessário implementar uma proibição de viagem para os seguinte: Habib el Adly, ex-ministro do Interior, Ahmed Nazif, ex-premiê, e Anas el Fekky, atual ministro de Informação", disse a TV estatal citando fontes do Judiciário.
A fonte revelou que está sendo fixada a data para a realização de uma sessão no Tribunal Penal do Cairo para confirmar essa decisão e também indicou que o procurador-geral invocou o Tratado da ONU (Organização das Nações Unidas) de luta contra a lavagem de dinheiro, que estipula o direito de pedir ajuda jurídica aos países signatários para adotar medidas que permitam recuperar os bens e fundos obtidos por delitos de corrupção. Do portal Folha.com - Leia MAIS

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

DANIEL PIPES: ISLÃ E DEMOCRACIA (ANÁLISE SOBRE POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS DA CRISE EGÍPCIA)

Transcrevo após este prólogo artigo de Daniel Pipes, que é uma autoridade nos assuntos respeitantes ao Oriente Médio. Já postei mais abaixo outros artigos de Pipes analisando a crise egípcia. Este artigo foi editado creio que ontem quinta-feira, portanto um dia antes da queda do ditador Hosny Mubarak, ocorrida nesta sexta-feira.
A verdade é que o grosso do noticiário da grande imprensa brasileira e internacional é insuficiente quando não resvala para uma visão esquerdóide e otimista quando se sabe que a realidade não é bem essa que certo jornalismo costuma propalar. Dei uma olhada também há pouco na Globo News e ouvi muita cascata e pouca informação que permita estabelecer como razoável margem de segurança as bases de uma análise mais consistente. Quando se tem um imprensa que ouve a opinião do Top Top Garcia comprova-se que as redações estão controladas pela idiotia esquerdista anti-americana e antissemita.
O que é certo é que neste momento qualquer previsão sobre o destino institucional e político do Egito é temerária. O único dado concreto é que o Egito, como a maioria dos países árabes é dominado pelo fanatismo islâmico que de democrata não tem nada. Concordo por isso com as análises que vêm sendo formuladas por Daniel Pipes, como esta que transcrevo. A tradução para o português é de  Joseph Skilnik. O texto no original, intitulado 'Islã e democracia -Muito trabalho pela frente', também pode ser acessado no original em inglês  aqui: in english. Eis o artigo:
Com as furiosas manifestações contra o regime no Egito e a possibilidade de um novo governo liderado ou com a participação da Irmandade Muçulmana, muitos estão se perguntando se o islamismo é compatível com a democracia. A resposta é sim, potencialmente, mas requererá muito trabalho para se tornar realidade.

No momento a realidade está longe de ser animadora, posto que a tirania aflige a maioria dos países muçulmanos. Frederic L. Pryor do Swarthmore College concluiu em uma análise realizada no Middle East Quarterly em 2007 que, salvo algumas exceções, o "islamismo está associado com menos direitos políticos."Saliba Sarsar avaliou a democratização em 17 países de língua árabe e, escrevendo na mesma revista, percebeu que "entre 1999 e 2005… na maioria dos países não somente houve falta de progresso como também a reforma se deteriorou por todo o Oriente Médio".

Quão fácil seria partir desse padrão lúgubre e concluir que a própria religião do Islã deve ser a causa do problema. A antiga falácia post hoc, ergo propter hoc ("depois disso, logo, por causa disso") sustenta essa conclusão simplista. Na realidade, a situação difícil em que as ditaduras, a corrupção, a crueldade e a tortura se encontram hoje resultam mais da evolução histórica específica do que do Alcorão ou de outras escrituras sagradas.

Há meio milênio, não havia democracia em lugar algum; o fato dela ter aparecido na Europa Ocidental foi consequência de muitos fatores, inclusive na esfera da herança Greco-Romana, provocando tensões do gênero "Dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus", específicas ao cristianismo, geografia, clima e progressos chave nos campos da tecnologia e da ciência política. Nada houve de predestinado no que diz respeito a Grã-Bretanha e depois os Estados Unidos terem liderado o caminho para a democracia.

Posto de outra forma: é claro, o Islã é antidemocrático em espírito, mas também o eram todas as outras religiões e sociedades pré-modernas.

Assim como o cristianismo passou a fazer parte do processo democrático, o mesmo poderá acontecer ao islamismo. Essa transformação certamente será violenta e exigirá tempo. A evolução da Igreja Católica, de força reacionária no período medieval em democrática hoje, evolução ainda não inteiramente concluída, está em desdobramento há 700 anos. Uma vez que demorou tanto tempo para uma instituição estabelecida em Roma, por qual razão deveria uma religião de Meca, repleta de escrituras sagradas singularmente problemáticas, ser mais rápida ou menos controversa?

Para o Islã incentivar a participação política implicaria numa guinada gigantesca no que tange a abordarem, especialmente com respeito a Sharia, seu código de leis. Elaborada há cerca de um milênio em circunstâncias quase tribais, operando em um éthos extremamente diferente do atual, o código contém uma gama de elementos excepcionalmente inaceitáveis à suscetibilidade moderna, incluindo ideias antidemocráticas a respeito da vontade de Deus prevalecer sobre a do povo, jihad militar como meio legítimo para expandir as leis dos muçulmanos, superioridade dos muçulmanos sobre os não muçulmanos e a dos homens sobre as mulheres.

Em suma, não é possível conciliar a Sharia conforme compreendida classicamente com a vida moderna em geral e com a democracia em particular. Para os muçulmanos, alcançar a participação política significa rejeitar os aspectos públicos da lei em sua totalidade – como Atatürk fez na Turquia – ou reinterpretá-los. O pensador sudanês Mahmud Muhammad Taha apresentou um exemplo de reinterpretação ao reler as escrituras sagradas islâmicas e de maneira extensiva eliminou as leis islâmicas perniciosas.

O Islã continua mudando, portanto é um erro insistir que a religião deve ser o que sempre foi. Conforme coloca Hassan Hanafi da Universidade do Cairo, o Alcorão "é um supermercado, onde se leva o que se deseja, e se deixa o que não se deseja".

Atatürk e Taha à parte, os muçulmanos mal começaram a longa e árdua jornada para modernizar o Islã. Além das dificuldades inerentes de se reformar uma ordem do século VII com o intuito de ajustá-la ao éthos do século XXI dominado pelo Ocidente, o movimento islamista que hoje domina a vida intelectual muçulmana, catalisa precisamente na direção oposta à democracia. Em vez disso, luta para reativar a Sharia em sua totalidade e aplicá-la com extremo rigor, sem levar em conta o desejo da maioria.

Alguns islamistas condenam a democracia como herética e uma traição aos valores islâmicos e, os mais inteligentes, percebendo sua enorme popularidade, adotaram a democracia como mecanismo para tomar o poder. Seu sucesso em um país como a Turquia não transforma os islamistas em democratas (i.e., estarem dispostos a ceder o poder) e sim demonstra sua disposição em adotar qualquer tática que lhes traga o poder.

Sim, com muito esforço e tempo, os muçulmanos poderão ser tão democráticos quanto os ocidentais. Mas nesse momento, são os menos democráticos dos povos e o movimento islamista apresenta um enorme obstáculo à participação política. No Egito como em qualquer outro lugar, meu otimismo teórico, em outras palavras, está temperado com um pessimismo baseado nas realidades presentes e futuras.


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Sponholz: O Egito e o agito

terça-feira, fevereiro 08, 2011

DANIEL PIPES: POR QUE O EGITO NÃO SE TORNARÁ DEMOCRÁTICO DE IMEDIATO?

A revista Economist convidou Anoush Ehteshami da Universidade de Durham e o expert em Oriente Médio, escritor, articulista e ensaísta Daniel Pipes a abordarem a moção: "O Egito irá se tornar uma democracia em um ano". A resposta de Ehteshami a favor pode ser lida aqui. A resposta de Daniel Pipes segue após este prólogo e também pode ser lida AQUI no original em inglês.

Embora refira-se à questão Egípcia, o texto de Daniel Pipes demonstra de forma sucinta, porém cabal, o que é a democracia. Serve para os egípcios, os islâmicos e também, de maneira especial, para os celerados do PT e demais vagabundos como Chávez, Morales e et caterva que prosseguem na insana tarefa de solapar a democracia em todo o território latino-americano. E o fazem - pasmem - em nome democracia! A tradução para o português é de Joseph Skilnik. Leiam:

Duas razões me levam a afirmar que a República Árabe do Egito não irá se vangloriar em um ano por possuir um sistema político democrático.
Logotipo da Irmandade: democracia?
Primeiro, democracia é mais do que realizar eleições; supõe o desenvolvimento da sociedade civil, denotando instituições complexas e contrárias à obviedade, tais como o estado de direito, judiciário independente, diversos partidos políticos, direitos das minorias, associações voluntárias, liberdade de ir e vir e de reunião. Democracia é um hábito aprendido, não instintivo, que requer mudanças atitudinais profundas tais como cultura de comedimento, compartilhamento de valores, respeito pela diferença de opinião, conceito de oposição leal e senso de responsabilidade cívica.

Além disso, a necessidade da prática de eleições para que seja aperfeiçoada. Em condições ideais, o país inicia elegendo no nível municipal, passando para o nacional, começa com o poder legislativo passando para o executivo. Simultaneamente, a imprensa precisa obter liberdade total, os partidos políticos deverão amadurecer, o parlamento deverá conquistar autoridade às custas do executivo e os juízes deverão adjudicar entre si.

Não é possível que tal transformação da sociedade aconteça em meses ou até anos; registros históricos mostram que leva décadas para que seja implementada em sua plenitude. É fora de questão que um Egito, com mínima experiência em democracia, possa reunir o número suficiente desses componentes em doze meses a ponto de estabelecer uma ordem democrática completa.

Segundo, qualquer cenário que venha a ocorrer, a democracia não está prestes a ser implementada.

Se Hosni Mubarak continuar no poder, improvável, porém possível, ele será mais tirano que nunca. Pelo que mostram suas ações nos últimos dias, ele não sairá tranquilamente.

Se as forças armadas se estabelecerem no poder de maneira mais direta do que o faziam nos bastidores desde o coup d'état de 1952, Omar Suleiman, o recém nomeado vice-presidente, aparentemente se tornará presidente. Ele fará mudanças no sistema, eliminando os abusos mais evidentes da era Mubarak, mas fundamentalmente sem oferecer aos egípcios uma voz no regime que os governa. Argélia 1992, onde o governo apoiado pelas forças armadas que reprimem os islamistas, apresenta um precedente.

Se os islamistas chegarem ao poder, irão fomentar a revolução em consonância com a doutrina do Irã de 1979, segundo a qual a crença na soberania de Deus prevalece sobre a participação política das massas. A natureza inerentemente anti-democrática do movimento islamista não deve ser obscurecida pela disposição dos islamistas em usar as eleições para chegar ao poder. Nas palavras prescientes de uma autoridade americana em 1992, os islamistas apresentam um programa de "uma pessoa, um voto, uma vez".

Qualquer que seja o ângulo – abstrato ou específico – os egípcios estão diante de uma situação complicada, sem a esperança imediata de escolher seus líderes.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

DANIEL PIPES: Violentos protestos no Egito [A análise de um expert em Oriente Médio]

Transcrevo na íntegra análise de Daniel Pipes, expert em questões relacionadas ao Oriente Médio, sobre a rebelião que vem ocorrendo no Egito. A tradução é assinada por Joseph Skilnik. Não tenho me ocupado em comentar a respeito porque noto insufiência nas informações veiculadas pela grande mídia internacional. Neste caso, o artigo de Daniel Pipes, conceituado analista internacional, joga alguma luz sobre a crise egípcia e seus possíveis desdobramentos. O original em inglês está aqui: Turmoil in Egypt. Vale a pena ler:
Conforme o já muito antecipado momento de crise ter chegado ao Egito e rebeliões populares terem abalado governos por todo o Oriente Médio, o Irã encontra-se mais do que nunca no ponto central da região. Seus governantes islamistas estão prestes a dominar a região. Porém é difícil as revoluções terem sucesso e eu imagino que os islamistas não irão atingir um avanço extraordinário no Oriente Médio e que Teerã não irá surgir como o mais influente. A seguir apresento o que me leva a essa conclusão:
Gen. Omar Suleiman
Um eco da revolução iraniana: Ao chegar ao poder em 1979, o Aiatolá Ruhollah Khomeini procurou espalhar a insurreição islamista a outros países, mas fracassou praticamente em todas. Parece que três décadas tiveram que passar antes que a imolação de um vendedor em uma obscura cidade na Tunísia, pudesse acender a conflagração à qual Khomeini aspirava e que as autoridades iranianas ainda almejam.

Parte de uma guerra fria no Oriente Médio: O Oriente Médio tem por anos sido dividido em dois grandes blocos envolvidos em uma guerra fria pela conquista da influência. O bloco de resistência liderado pelo Irã inclui a Turquia, Síria, Gaza e o Catar. O bloco do status quo liderado pela Arábia Saudita inclui o Marrocos, Argélia, Tunísia, Egito, Cisjordânia, Jordânia, Iêmen e os emirados do Golfo Pérsico. Observe que nos últimos dias o Líbano está passando do status quo para a resistência e que os tumultos estão ocorrendo somente nas regiões do status quo.

A situação peculiar de Israel:
Os líderes israelenses estão calados e a quase irrelevância de Israel nesse aspecto enfatiza a centralidade iraniana. Embora Israel tenha muito a temer com os ganhos iranianos, eles simultaneamente realçam o estado judeu como uma ilha de estabilidade e o único aliado confiável do Oriente Médio.

Falta de ideologia: O uso de slogans e de teorias de conspiração que dominam o discurso no Oriente Médio estão visivelmente ausentes das multidões reunidas em frente a instituições governamentais exigindo o fim da estagnação, arbitrariedade, corrupção, tirania e tortura.

Forças armadas vs. Mesquita:
Os recentes acontecimentos confirmam que as mesmas duas forças, as forças armadas e os islamistas, dominam cerca de 20 países do Oriente Médio: as forças armadas posicionam a força bruta e os islamistas fornecem a visão. Há exceções – a esquerda vibrante na Turquia, facções étnicas no Líbano e no Iraque, democracia em Israel, controle do Irã pelos islamistas – mas aquele padrão se mantém.

Iraque: O país mais volátil da região, o Iraque, está ostensivamente ausente das manifestações pelo fato da sua população não estar enfrentando décadas de autocracia.

Um golpe militar?
Os islamistas desejam repetir o sucesso no Irã aproveitando-se dos tumultos com o intuito de tomarem o poder. A experiência da Tunísia merece um exame minucioso em busca de um padrão que poderá se repetir em outro lugar. Lá a liderança militar aparentemente concluiu que o homem forte, Zine El Abidine Ben Ali, estava saindo muito caro – especialmente com a gritante corrupção da família da sua esposa – para ser mantido no poder, de modo que o expulsaram e além disso emitiram um mandado de captura internacional para a sua detenção e da sua família.

Feito isso, praticamente toda a antiga guarda permanece no poder, com o mais graduado oficial militar, Chefe do Estado-Maior Rachid Ammar, aparentemente tendo substituído Ben Ali como o homem mais influente do país. A velha guarda espera que administrar ajustes finos ao sistema, conceder mais direitos civis e políticos irá ser o suficiente para se manter no poder. Se essa artimanha der certo, a aparente revolução de meados de janeiro irá terminar como um mero coup d'état.

Esse cenário poderia se repetir em qualquer lugar, especialmente no Egito onde os soldados dominam o governo desde 1952 e tencionam manter o seu poder contra a Irmandade Muçulmana que eles têm reprimido desde 1954. A nomeação de Omar Suleiman pelo homem forte Sr. Hosni Mubarak termina com as pretensões dinásticas da família Mubarak e aumenta a perspectiva da renúncia de Mubarak em favor de um governo militar direto. 


De maneira geral, eu aposto no modelo de mais continuidade do que mudança, que surgiu na Tunísia até agora. O governo mão de ferro será um tanto menos rigoroso no Egito e em outros lugares mas os militares em última análise permanecerão os mais influentes.

Política externa dos Estados Unidos: O governo dos Estados Unidos tem um papel vital no que se refere a ajuda aos estados do Oriente Médio para que passem da tirania à participação política sem que os islamistas se apoderem do processo. George W. Bush teve a ideia certa em 2003 ao pedir democracia, mas arruinou o esforço exigindo resultados imediatos. Inicialmente Barack Obama reverteu a velha política de congraçamento com tiranos; agora ele alinha-se cegamente com os islamistas contra o Sr. Mubarak. Ele deveria imitar Bush, porém com melhores resultados, compreendendo que a democratização é um processo que leva décadas, que requer a fixação de ideias que se contraponham às ideias intuitivas sobre eleições, liberdade de expressão e estado de direito.