A confirmar-se o que está na coluna painel da Falha de São Paulo desta quarta-feira, surgem os três patetas da Oposição: Geraldo Alckmin, Anastasia e Beto Richa, que já teríam corrido ao telefone para enviar cumprimentos à Madrasta dos dossiês.
Os eleitores que votaram na Oposição são simplesmente mandados às favas. Passada a eleição resolvem tripudiar sobre os votos que receberam e passam a manobrar de acordo com seus próprios interesses. Há, como se vê, um enorme espaço para a criação de uma versão brasileira do Tea Party. Leiam:
Ainda sob efeito da ressaca eleitoral, expoentes do PSDB ensaiam o matiz da "nova oposição", prescrito, sobretudo, pelos governadores eleitos em São Paulo, Paraná e Minas. Anteontem, Geraldo Alckmin telefonou a Dilma Rousseff para cumprimentá-la. Propôs parcerias e elogiou o primeiro discurso. Beto Richa conversará hoje com a eleita e pregará "boa relação" com o Planalto, a exemplo de Antonio Anastasia.
Com o gesto, interlocutores entendem que o trio começa a reposicionar as peças no tabuleiro tucano após três reveses nacionais consecutivos, ofuscando, ao menos por ora, rancores residuais entre os grupos de José Serra e Aécio Neves.
Um antiemético, por favor!
A propósito na mesma Falha de SãoPaulo desta quarta-feira, há um artigo do professor Marco Antonio Villa que cai como uma luva para o assunto em pauta. Recomento ao Alckmin, Anastasia e Beto Richa que leiam. Transcrevo na íntegra:
44% ESTÃO NA OPOSIÇÃO
A OPOSIÇÃO acreditou que criticar o governo levaria ao isolamento político. O resultado das urnas sinalizou o contrário: 44% do eleitorado disse não a Dilma. Ela era candidata desde 2008. Ninguém falou em prévias, nenhum líder fez muxoxo. Lula uniu não só o partido, como toda a base.
Articulou, ainda em 2009, as alianças regionais e centrou fogo para garantir um Congresso com ampla maioria, para que Dilma pudesse governar tranquilamente.
Afinal, nem de longe ela tem sua capacidade de articulação política.
E a oposição? Demorou para definir seu candidato. Quando finalmente chegou ao nome de Serra, o partido estava dividido, vítima da fogueira das vaidades. Ao buscar as alianças regionais, encontrou o terreno já ocupado. Não tinha aliados de peso no Norte e Centro-Oeste, e principalmente no Nordeste.
Neste cenário, ter chegado ao segundo turno foi uma vitória. No último mês deu mostras de combatividade, de disposição de enfrentar um governo que usou e abusou como nunca da máquina estatal. Como, agora, fazer oposição?
Não cabe aos governadores serem os principais atores desta luta -a União pode retaliar e isso, no Brasil, é considerado "normal".
É principalmente no Congresso Nacional que a oposição deve travar o debate. Lá estará, inicialmente, enfraquecida. Perdeu na última eleição, especialmente na Câmara, quadros importantes. Mesmo assim, pode organizar um "gabinete fantasma" e municiar seus parlamentares e militantes com informações e argumentos. Usar as Câmaras Municipais e as Assembleias estaduais como espaços para atacar o governo federal. E abastecer a imprensa -como sempre o PT fez- com denúncias e críticas.
Espaço para a oposição existe. O primeiro passo é assumir o seu papel. Deve elaborar um projeto alternativo para o Brasil. Sair da esfera dos ataques pessoais e politizar o debate, acabar com o personalismo e o regionalismo tacanho, formar quadros e mobilizar suas bases.
É uma tarefa imediata, não para ser realizada às vésperas da eleição presidencial de 2014.
O lulismo tem pilares de barro. É frágil. Não tem ideologia. Não passa de uma aliança conservadora das velhas oligarquias, de ocupantes de milhares de cargos de confiança, da máfia sindical e do grande capital parasitário. Como disse Monteiro Lobato, preso pelo Estado Novo e agora perseguido pelo lulismo: "Os nossos estadistas nos últimos tempos positivamente pensam com outros órgãos que não o cérebro -com o calcanhar, com o cotovelo, com certo penduricalhos, raramente com os miolos".
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